Campinarte Notícias e Músicas

Arquivo do blog

ESTE BLOG É INDEPENDENTE - NÃO RECEBE (E NEM QUER) SUBVENÇÃO DE QUALQUER PREFEITURA, GOVERNO DE ESTADO E MUITO MENOS DO GOVERNO FEDERAL - NÃO SOMOS UMA ONG OU FUNDAÇÃO, ASSOCIAÇÃO OU CENTRO CULTURAL E TAMBÉM NÃO SOMOS FINANCIADOS POR NENHUM PARTIDO POLÍTICO OU DENOMINAÇÃO RELIGIOSA - NÃO SOMOS FINANCIADOS PELO TRÁFICO DE DROGAS E/OU MILICIANOS - O OBSERVATÓRIO COMUNITÁRIO É UMA EXTENSÃO DO CAMPINARTE DICAS E FATOS - INFORMAÇÃO E ANÁLISE DAS REALIDADES E ASPIRAÇÕES COMUNITÁRIAS - GRATO PELA ATENÇÃO / HUAYRÃN RIBEIRO

Vídeos

Notícias principais - Google Notícias

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Vaidade extrema das crianças pode prejudicar formação emocional

Bom Dia Rio / Elas ainda não chegaram à adolescência mas já não saem de casa sem passar um batom. O que fazer quando as crianças largam muito cedo as bonecas para se dedicar aos cuidados com a beleza? Muitas mães se perguntam se é normal essa vaidade tão precoce. Os especialistas afirmam que muitas vezes os pequenos são influenciados pela própria família a usar a roupa da moda, esmalte e até a fazer depilação.
Em uma casa visitada pelo Bom Dia Rio, os ursos de pelúcia dividem espaço com a maquiagem e outros acessórios de beleza. Em outra casa, uma menina deu todas as bonecas para abrir espaço aos produtos de beleza. A vaidade tem começado cada vez antes. Muitas dessas meninas têm uma preocupação maior que muita gente grande.
Uma vez por semana, o ritual se repete: mãe e filha, juntas, arrumam as unhas, escolhem a cor do esmalte. A mãe ajuda Ingrid a se enfeitar. A menina tem 12 anos e é exigente. “Eu não posso sair com a unha borrada”, diz a ela.
Basta uma rápida olhada no quarto de Ingrid Chauke para perceber que a vaidade da adolescente aparece em vários detalhes. Ela mostra o guarda-roupa: “Rosa com brilho, oncinha. Tem uma saia babadinha que eu uso sempre”.
E se é para ficar mais bonita, a menina não poupa esforços. Na penteadeira dela, não faltam arcos, pulseiras e, claro, muita maquiagem. “Eu tenho tudo: batom, brilho, sombra, rímel, blush, um monte de coisa”, aponta.
A mãe não vê problema na vaidade da filha: "Ao mesmo tempo em que é vaidosa, ela é criança, adora brincar", diz.
“Desde pequena fico de olho minha mãe. Daí, tive essa coisa de me maquiar, usar tudo combinando”, revela Ingrid.
E quando acontece de sair de casa sem maquiagem? "Eu me sinto triste triste porque não passei um batonzinho", conta a menina. Por isso, a mãe carrega no carro um batom reserva.
Quem também não abre mão de um batonzinho é Kamilla. Ela tem 11 anos e vaidade de sobra.
Andréia Fernandes, mãe de Kamilla, diz que desde pequena a filha adora cuidar do corpo e do cabelo. Ela conta que todos os fins de semana as duas têm um compromisso inadiável.
"Aos sábados, eu vou ao salão, e ela já fica na espreita me pedindo para levá-la. Ela quer fazer unha, cabelo”, conta Andréia.
E tem mais: "Ela faz depilação em meia perna e se sai melhor que a mãe, não reclama que está doendo", garante Andréia.
Para Kamilla, o cantinho mais importante da casa é seu guarda-roupa: "Tem esmalte, batom, maquiagem em geral, minhas pulseiras, cordões e acessórios de cabelo. Tenho uma gaveta só de arcos que eu coleciono”, diz.
"Eu costumo levá-la a pensar. Pergunto: como uma menina de 11 pode ir para escola com batom vermelho?”, conta a mãe de Kamilla.
No meio da conversa, Kamilla conta um segredinho: "Quando eu comecei a namorar, faltava um mês para eu fazer 10 anos".
Há um mês, a menina resolveu dar todas as bonecas que tinha no quarto porque precisava abrir espaço no guarda-roupa. "As minhas bonecas ficavam lá em cima ocupando o espaço das minhas roupas”, explica.
A psicóloga Lúcia Marmulstejn e a dermatologista Andréia Mateus Moreira conversaram com o Bom Dia Rio sobre como lidar com a vaidade cada vez mais precoce nas crianças.
Veja, em vídeo, a entrevista completa.
A psicóloga explica que a vaidade moderada faz parte da construção da autoestima. Mas a situação é diferente quando a preocupação com a beleza estrapola e transforma a criança em uma miniadulta, o que gera uma disparidade social, emocional e cognitiva. “A criança pode pedir muitas coisas, não precisa ser maquiagem, pode até ser para dirigir o carro. Mas cabe aos pais impor limites, dizer sim ou não”, diz.
Lúcia Marmulstejn explica que pular etapas da infância pode gerar prejuízos para a construção emocional da criança.
A dermatologista alerta para os perigos do uso muito cedo de maquiagem: “A maioria tem muitos corantes e muito perfume. Isso facilita a sensibilização e alergia. Se for utilizar, deve ser de boa qualidade. Nós temos que alertar para o uso de produtos que são para bonecas e não para crianças”, adverta a médica.
A Santa Casa de Misericórdia oferece o acompanhamento psicológico para crianças. O telefone é (21) 2221-4896, das 14h às 17h. O atendimento é gratuito.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.