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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Como se ninguém soubesse / Armas pesadas chegam às favelas do Rio pela Bolívia

Em poucos países do mundo que vivem tempos de paz, o armamento nas mãos de bandidos é tão pesado como no Brasil. São fuzis, pistolas, metralhadores de geração recente. A maioria é proveniente de Forças Armadas de países vizinhos. É armamento de guerra.
Você certamente já deve ter se perguntado: como essas armas chegam às cidades e às favelas?
A prisão de Antônio dos Santos, um dos maiores traficantes de armas do país revelou, em abril deste ano, pela primeira vez, a origem do armamento de guerra usado nas favelas da cidade.
Uma das armas apreendidas com Antônio revelou a fonte de tantas armas. A metralhadora .30, usada pelos Exércitos para retardar o avanço da tropa inimiga, tinha o brasão da Bolívia. A arma foi roubada de um quartel do país vizinho. Está recolhida agora ao depósito de armas do Exército brasileiro.
Várias outras iguais, mas com os brasões e números de série raspados, foram encontradas com a quadrilha de Antônio e estão nos depósitos da Polícia Civil no Rio de Janeiro. A rota montada por Antônio o transformou durante pelo menos dois anos em uma espécie de "bandido invisível".
Ele trazia as armas desviadas dos arsenais bolivianos aos poucos. Recebia fuzis e metralhadoras em Corumbá, no Mato Grosso. Depois, ia estocando tudo em Caldas Novas, Goiás. Quando o pedido dos bandidos estava completo, as armas seguiam em vans e caminhões por estradas secundárias passando por Uberlândia e Juiz de Fora, em Minas Gerais, até chegar às favelas do Rio de Janeiro.
Corumbá, que faz fronteira com a cidade de Puerto Suarez, na Bolívia, não foi escolhida à toa pelas quadrilhas. Lá, o controle de fronteira dos dois lados chega a assustar de tão ineficiente. Se não houver operação programada, ninguém é parado. Tanto do lado brasileiro quanto boliviano.
Aqui, passa quem quer, na hora que quiser, levando o que bem entender. Basta ter uma moeda. “É só pagar R$ 1. Pagou, passou”, conta o motorista Paulo Silva.
Um completo absurdo ainda torna o problema mais grave: entre os dois postos de controle, uma estrada de terra serve como atalho escancarado pra quem quiser passar de um país pro outro sem ser importunado por nenhum fiscal. A estrada é movimentada e tem até linha de ônibus. Ao longo do trecho de terra batida, existem ainda dezenas de trilhas clandestinas ligando Bolívia e Brasil.
Pelas marcas de pneu no chão, é possível ver que a trilha é bastante usada. Ela começa do lado boliviano atravessando pequenas propriedades e acaba em uma estrada de terra que as pessoas usam para desviar do posto de fiscalização do lado brasileiro. Sem nenhuma fiscalização, qualquer carro sai da Bolívia para o Brasil. É muito provável que ela tenha sido a porta de entrada das armas roubadas nos quartéis bolivianos e que foram parar nas favelas do Rio.

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