Raimundo de oliveira, mais conhecido como Amigo Rai, 46 anos, nascido e criado em Duque de Caxias, morador de Santa Cruz da Serra e funcionário público estadual da ativa em entrevista exclusiva para o Campinarte.Campinarte / Fale um pouco de sua trajetória política?
Raí / Na verdade eu não tenho trajetória política, nunca fui político, o que aconteceu foi que ajudei vários políticos que ai estão no poder e por não concordar com esse modelo de fazer política que ai está é que me sinto credenciado a me candidatar a vereador e representar minha comunidade. Sou candidato a Câmara Municipal de Duque de Caxias a convite do Zito pelo PSDB com o número 45456.
Campinarte / E qual será o carro chefe de sua campanha?
Raí / Trabalhar para a nossa comunidade através de políticas públicas, não sou a favor dessa política assistencialista que se instalou em nosso município, temos que colocar os postos de saúde trabalhando para a comunidade, com bom atendimento 24 horas, com bons médicos, dentistas, bons aparelhos, tudo funcionando. Criar escolas técnicas para a formação profissional de jovens e adultos, ginásios públicos para esporte, lazer, eventos, arte e cultura. Tudo isso à disposição de qualquer cidadão, independente de ideologia política. Não concordo com esses serviços (que é obrigação do poder público) estarem instalados nos centros sociais de políticos, onde o cidadão comum é obrigado a freqüentar na busca de atendimento médico que deveriam estar a sua disposição na rede pública de atendimento.
Campinarte / O que o senhor tem a dizer do transporte alternativo?
Raí / Sou inteiramente a favor do transporte alternativo; agora precisamos colocá-lo de forma organizada para que possamos pleitear junto ao poder público a sua legalização. O que nós não admitiremos, nunca, é a classe política legislando em prol de uma minoria em detrimento da maioria da população, buscando com isso atender aos seus próprios interesses. Somos contra esse modelo de transporte adotado em nosso município onde observamos uma total falta de respeito às leis, como por exemplo, o desrespeito com os idosos, com os estudantes, os deficientes físicos nos micro ônibus que circulam em nossa cidade, aliás, é bom que o cidadão não se esqueça que a lei do passe livre é de autoria do governador Sérgio Cabral quando ele era deputado estadual, lembram? E ele compactuou com essas medidas adotadas em nosso município.
Campinarte / O senhor tem algum projeto que facilite a entrada dos jovens no mercado de trabalho?
Raí / Tudo isso que se fala por ai, é pura utopia, até agora ninguém fez nada. Preste atenção: nós temos o pólo gás químico, pólo moveleiro, pólo calçadista, a refinaria, entre outros, o que se fez até agora? Nada. Então minha gente, esses políticos inescrupulosos que mantém seus ricos centros sociais vem com esses discursos ridículos, que vai fazer e acontecer, por que já não fizeram? O que nós vamos propor é a criação de projetos de geração de renda, a criação de escolas técnicas em parceria com instituições como: SEBRAE, SENAC, SENAI, FIRJAN e empresas de nossa região, a própria Petrobrás em parceria com a prefeitura de Duque de Caxias pode custear instalações, professores e técnicos para que nossos filhos tenham uma formação profissional voltada para atender as necessidades da empresa e consequentemente serem aproveitados no pólo gás químico. Isso é possível e viável e nós vamos fazer. Dessa forma nossos filhos não precisarão mendigar uma vaga em cursos profissionalizantes em centros sociais onde os alunos saem com formação duvidosa e sem nenhuma garantia de emprego. As milhares de vagas que seriam criadas com o pólo gás químico da REDUC foi uma grande mentira. Você conhece algum amigo ou vizinho que trabalha nesse pólo?
Campinarte / Normalmente os candidatos a vereadores não dão muita atenção a arte e a cultura? Com o senhor vai ser diferente?
Raí / Permita-me acrescentar, não só os candidatos, mas a classe política. Cultura é o berço da formação intelectual do ser humano, estaremos apresentando projetos que visam atender os anseios de toda a coletividade dando acesso ao cidadão comum aos bens culturais que deveriam estar a sua disposição. É utopia apresentar um discurso dizendo que vai fazer e acontecer. Convocaremos a comunidade para ações coletivas inseridas em uma política municipal de juventude, que proporcione o intercâmbio de áreas como: educação, saúde, esporte, cultura e lazer, na busca de inibir a alta incidência de adolescentes grávidas, prevenção ao uso de drogas, e resgatar a auto-estima, norteando esse grave quadro epidêmico. Gente, isso é responsabilidade social. Tudo isso administrado por grupos artísticos comunitários, no nosso mandato, a participação comunitária será fundamental.
Campinarte / Em relação à segurança, o que o senhor tem a dizer?
Raí / É complicado, é uma questão delicada. Na verdade não cabe ao vereador legislar sobre questões de atribuição do estado. O que podemos fazer é colaborar cobrando do executivo municipal ações que visem o desenvolvimento intelectual, moral, cultural do cidadão caxiense, dessa forma teremos uma sociedade mais justa e participativa.
Campinarte / Outro grave problema em nossa região é a falta de água, o que o senhor tem a dizer sobre essa questão?
Raí / Estarei ao lado do prefeito Zito para juntos criarmos a empresa municipal de águas e esgoto e dessa forma municipalizar a água. Nossa região é rica em recursos hídricos - temos os mananciais de Xerém e da Taquara e não podemos admitir que nossa água abasteça primeiro a Barra da Tijuca e a zona sul do Rio de Janeiro. Com a municipalização da água, primeiro abasteceremos o nosso município e em seguida, com o excedente, abasteceremos o município vizinho.
Dessa forma Duque de Caxias nunca mais enfrentará a falta de água, principalmente nos 3.º e 4.º distritos. É possível, é viável e nós vamos fazer.
Campinarte / O senhor fala tanto em políticas públicas, o senhor pode ser mais claro para que o eleitor possa lhe compreender melhor?
Raí / Claro - vamos por partes: primeiro o caro eleitor tem que entender a diferença entre assistencialismo e assistência social. Você já viu ou ouviu falar de centro social do Zito? É claro que não. Zito é um político que trabalha com políticas públicas - saneamento básico, atendimento médico, urbanização, etc., sempre ao alcance de todos os cidadãos sem discriminação. Vamos à diferença: o assistencialismo é a prática encontrada em qualquer centro social do político de sua região, ou seja, ao praticar tais ações em comunidades carentes o político passa a idéia que está prestando uma “ajuda” - o político vislumbra que os assistidos retribuam essa ajuda com o voto. Cria-se uma situação de submissão e dependência. O resultado disso minha gente é a criação de cidadãos dóceis e manipuláveis. Na assistência social vislumbramos outra situação - a possibilidade dos assistidos, comunidades carentes se organizar de forma independente, elaborar e debater suas necessidades. Dessa forma cria-se uma relação de independência, elevando a auto-estima dos cidadãos e eles passam a crer mais em si próprios, ou seja, emancipar, esse é o grande objetivo e consequentemente o resultado será a criação de cidadãos livres e críticos. Resumindo: “temos que ensinar a pescar e não dar o peixe”.
