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sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

Por que a educação comunitária não é vista com muita simpatia?

Quando se fala em educação comunitária uns desconfiam da educação e outros suspeitam da comunidade. Segundo Moaci Alves Carneiro no seu livro Educação Comunitária, Faces e Reformas: “Para o povão, o conceito de educação é suspeito. Soa como sinônimo de tutela, autoritarismo, quando não, marca definitiva de poder. Para os referentes desta suspeita, no caso, os professores, a inteligência, em torno da qual gravita a educação, o termo comunitário padece da falta de seriedade e de eficacidade, quando não é considerado malcheiroso”.
Já que o assunto do momento (e o que não pode faltar é assunto) é a educação, é muito importante ficarmos atentos a este modelo de educação que estão querendo impor aos nossos jovens. Em qualquer que seja o modelo o que tem que ser valorizado é o empenho individual para a aquisição de conhecimentos e para o aperfeiçoamento de um saber, com vistas a se atingir uma maior utilidade social, à medida que este modelo, por exemplo, não está integrado a um projeto globalmente educativo, que poderíamos chamar de educação comunitária é que ele contribui para a manutenção de objetivos injustos dentro de nossa sociedade. Neste modelo o jovem ou o trabalhador estuda para se promover, ele não se politiza e, em conseqüência, é mais útil ao poder que o emprega do que à construção de si mesmo.
Um fato novo estourou como uma bomba recentemente que (segundo especialistas) de médio a longo prazo vai excluir definitivamente qualquer possibilidade de que alunos da rede pública cheguem a qualquer lugar decente na vida. O Governo Federal quer desmontar a ‘indústria da repetência e da progressão continuada’, esta foi a manchete em todos os jornais do Brasil.
O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que o decreto mais importante que o presidente Lula assinou (24/04/2007) durante o lançamento oficial do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) é aquele que determina um plano de metas para a educação básica. “Precisamos desmontar a indústria da repetência e a da progressão automática. Nenhuma das duas nos interessa. Temos que criar um sistema de educação desenvolvido, no qual todos os alunos progridam, mas progridam aprendendo”, disse o ministro.
Um projeto educativo ou é transformador, ou não é educativo e como todo projeto educativo é sempre um projeto político a situação tende, pelo visto, a piorar para a grande massa jovem desse país.
A força-motriz da educação reside no interesse da sociedade e da comunidade em utilizar a força de trabalho de cada um de seus membros, seu poder criativo, sua imaginação, para fins coletivos. A educação não é uma conquista do indivíduo, mas uma função da sociedade. Ou seja, onde há sociedade, há educação.
O alvo desses projetos (políticos) de educação é eliminar a única base da sociedade capaz de resistir a toda essa barbaridade – a família.
Educação comunitária deriva de uma clara opção política. Por isso, a primeira etapa da educação comunitária é a formação de uma consciência política no indivíduo, qualquer que seja sua situação social atual, seu nível cultural.
Isso, com certeza, não faz parte de nenhum projeto de educação do governo, por isso que essa expressão educação comunitária não é vista com muita simpatia.