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sábado, 23 de maio de 2009

Música nacional perde Zé Rodrix, baluarte do rock rural


RIO DE JANEIRO / Braulio Lorentz, Jornal do Brasil - O cantor e compositor Zé Rodrix, 61 anos, morreu na madrugada desta sexta-feira em São Paulo. Segundo uma amiga do músico, ele passou mal e faleceu ainda em casa quando era levado ao hospital. O velório foi realizado nesta sexta, também na capital paulista. Nascido no Rio em novembro de 1947, José Rodrigues Trindade formou com Sá e Guarabyra o trio que trouxe o rock rural à baila por meio de músicas como Mestre Jonas e Soy latino americano. É de Casa no campo, porém, o título de canção mais conhecaida de Rodrix. Composta em parceria com Tavito, ficou famosa na interpretação de Elis Regina.
– É uma música que hoje é muito atual, precisamos dessa mensagem de paz – comenta Tavito. – Independentemente de ser uma parceria comigo, é um legado que ele deixou. Ele funcionou a vida inteira em qualquer tipo de arte. Foi muito espontâneo e inteligente – diz.
O músico e produtor mineiro conviveu com Rodrix por mais de 40 anos. Ele descreve o ocorrido como “um acidente do destino”, porque seu parceiro estava em perfeita saúde. Não fumava e tampouco bebia, relata Tavito.
– Tive o privilégio de conviver com ele pessoalmente e entender sua postura completamente sem preconceito em qualquer área – diz o compositor. – Era absolutamente aberto. Ele deixa uma obra consistente, três livros escritos e um pela metade. Deixa uma obra heterodoxa. Fez de tudo – comenta.
Nos anos 70, Rodrix esteve no grupo Som Imaginário, ao lado de Wagner Tiso, Tavito, Fredera, Luiz Alves e Robertinho Silva. A banda foi criada com o objetivo de acompanhar Milton Nascimento.
O letrista e produtor Márcio Borges conviveu intensamente com Rodrix no início da década de 70.
– Fiquei, como Tavito disse, “com a alma rasgada”. Sinto-me de luto pela nossa linda juventude. São muitas lágrimas, que não tenho conseguido conter – lamenta Borges.
Ele dirigiu várias temporadas de Milton com o Som Imaginário no Teatro da Praia, em Ipanema; na boate Sucata, na Lagoa; e nos Teatros Francisco Nunes e Marília, em Belo Horizonte.
– Lembro-me com lágrimas nos olhos da vez que Zé mostrou-me sua coleção de ocarinas e tirou sons divinais de cada uma delas, sendo eu seu ouvinte exclusivo durante uma tarde inteira – relata o letrista, que era habitué do apartamento do músico na Rua Prudente de Morais, em Ipanema.
A carreira de Rodrix também é composta por passagens pelo grupo pré-punk Joelho de Porco e pela produção de músicas para comerciais em seu estúdio A Voz do Brasil. Além do trabalho musical, atuou como jornalista, professor e escritor. Em 1999, lançou uma trilogia de romances sobre a maçonaria composta pelos livros Johaben: diário de um construtor do templo; Zorobabel: reconstruindo o templo; e Esquin de Floyrac: o fim do templo, todos pela Editora Record.
Rodrix estudou no Conservatório Brasileiro de Música e na Escola Nacional de Música. Em 1966, foi um dos integrantes do conjunto Momento 4uatro, com o qual tocou no III Festival de Música Brasileira da TV Record em 1967. Ele acompanhou Edu Lobo, Marília Medalha e o Quarteto Novo em Ponteio. No começo deste mês, o trio Sá, Rodrix e Guarabyra tocou no Centro Cultural do Banco do Brasil, no Rio. Rodrix deixa seis filhos e dois netos.
(Fonte / JB On-line)