Nos camarotes estavam presidente da República, governador e prefeito, todos condizentes com as irregularidades que mantêm o Carnaval.
RIO - A lua-de-mel entre o governnador Sérgio Cabral e o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame parece estar abalada. Depois das críticas na inauguração do novo sistema de policiamento na Cidade de Deus, dia 16 de fevereiro, Beltrame voltou a fustigar Cabral ontem, desta vez na Comissão de Defesa de Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia Legislativa, e expôs uma crise no setor que, ao que parece, vinha sendo bem camuflada. Durante seu depoimento, apertado pelos deputados, o secretário disse que não pode combater o bico de PMs.
– Serei suficientemente sincero para afirmar que não combaterei o bico, pelo menos enquanto o estado não remunerar melhor os profissionais de segurança – atacou Beltrame que, ao assumir o cargo, junto com Cabral, recebeu a promessa de que a política de segurança passaria por profundas reformas, entre elas a melhoria salarial dos policiais.
O deputado Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, considera honesta a atitude de Beltrame e condena qualquer penalidade que o secretário possa vir a sofrer.
– Espero que o secretário não seja punido pelo governador Sérgio Cabral, pois ele apenas relatou algo que está bem explícito aos olhos da sociedade – defendeu o deputado, chamando atenção para o salário da PM, o mais baixo do país.
Por meio de sua assessoria, o governador tentou apaziguar o desconforto gerado pelas declarações do secretário.
“Isso não é uma crítica. O Beltrame pensa como o governador. Porém, não há condição de ter uma aumento salarial, mas toda a disciplina militar deve ser seguida. A declaração do secretário está correta, não é uma crítica ao governo, disse a assessoria de Cabral”.
Ao ser questionado sobre os policiais militares que fizeram a segurança privada da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), no Sambódromo, o secretário prometeu, a princípio, punição aos militares, mas depois voltou atrás.
– Posso responder apenas sobre minha competência. Apenas não admitirei que trabalhem para pessoas que, mesmo tacitamente, estejam envolvidas com atividades criminosas – reforçou Beltrame.
O deputado Paulo Ramos (PDT), que vem criticando a associação entre a prefeitura e a Liesa, que comanda o Carnaval carioca e é conhecida por sua ligação com o jogo do bicho, acha que o governador Sérgio Cabral tem consciência do que Beltrame disse ontem. Para ele, Beltrame só falou claramente após ser pressionado por ele e por seus pares.
– Ele só disse a verdade sobre os bicos após o apertarmos – afirmou Ramos.
O deputado, que é oficial da PM, concordou com a popsição do secretário quando ele decidiu não punir os PMs que fizeram bico.
– Sabemos que a Liga das Escolas de Samba (Liesa), controlada por estas pessoas, recebe recursos federais, estaduais e municipais. Por que, então, punir aqueles que estão trabalhando honestamente para complementar a renda? Nos camarotes estavam presidente da República, governador e prefeito, todos condizentes com as irregularidades que mantêm o Carnaval.
Para a especialista em segurança Silvia Ramos, da Cândido Mendes, o governo do estado deve fazer logo o que prometeu anos atrás:
– Está na hora de enfrentar o problema.
– Serei suficientemente sincero para afirmar que não combaterei o bico, pelo menos enquanto o estado não remunerar melhor os profissionais de segurança – atacou Beltrame que, ao assumir o cargo, junto com Cabral, recebeu a promessa de que a política de segurança passaria por profundas reformas, entre elas a melhoria salarial dos policiais.
O deputado Marcelo Freixo (PSOL), presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania, considera honesta a atitude de Beltrame e condena qualquer penalidade que o secretário possa vir a sofrer.
– Espero que o secretário não seja punido pelo governador Sérgio Cabral, pois ele apenas relatou algo que está bem explícito aos olhos da sociedade – defendeu o deputado, chamando atenção para o salário da PM, o mais baixo do país.
Por meio de sua assessoria, o governador tentou apaziguar o desconforto gerado pelas declarações do secretário.
“Isso não é uma crítica. O Beltrame pensa como o governador. Porém, não há condição de ter uma aumento salarial, mas toda a disciplina militar deve ser seguida. A declaração do secretário está correta, não é uma crítica ao governo, disse a assessoria de Cabral”.
Ao ser questionado sobre os policiais militares que fizeram a segurança privada da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), no Sambódromo, o secretário prometeu, a princípio, punição aos militares, mas depois voltou atrás.
– Posso responder apenas sobre minha competência. Apenas não admitirei que trabalhem para pessoas que, mesmo tacitamente, estejam envolvidas com atividades criminosas – reforçou Beltrame.
O deputado Paulo Ramos (PDT), que vem criticando a associação entre a prefeitura e a Liesa, que comanda o Carnaval carioca e é conhecida por sua ligação com o jogo do bicho, acha que o governador Sérgio Cabral tem consciência do que Beltrame disse ontem. Para ele, Beltrame só falou claramente após ser pressionado por ele e por seus pares.
– Ele só disse a verdade sobre os bicos após o apertarmos – afirmou Ramos.
O deputado, que é oficial da PM, concordou com a popsição do secretário quando ele decidiu não punir os PMs que fizeram bico.
– Sabemos que a Liga das Escolas de Samba (Liesa), controlada por estas pessoas, recebe recursos federais, estaduais e municipais. Por que, então, punir aqueles que estão trabalhando honestamente para complementar a renda? Nos camarotes estavam presidente da República, governador e prefeito, todos condizentes com as irregularidades que mantêm o Carnaval.
Para a especialista em segurança Silvia Ramos, da Cândido Mendes, o governo do estado deve fazer logo o que prometeu anos atrás:
– Está na hora de enfrentar o problema.
João Paulo Aquino e Ana Paula Verly, JB Online
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