BRASÍLIA. Satisfação garantida ou o seu dinheiro de volta. Se essa máxima do comércio fosse aplicada ao Senado, certamente a instituição estaria com o saldo devedor. Uma das mais caras casas legislativas do mundo, destino de uma dotação orçamentária de R$ 2,6 bilhões, este ano, o Senado só conseguiu votar em plenário dois assuntos considerados de grande interesse público até agora: o projeto de lei que ampliou o Supersimples e a Medida Provisória que elevou o salário mínimo de R$ 350 para R$ 380 em 1º de abril.
Mergulhados em uma crise política sem data para acabar, os 81 senadores que custam, cada um, R$ 33,1 milhões por ano aos cofres públicos, preferiram se voltar para questões intestinas e deixaram em segundo plano o debate das grandes questões que afetam a população, concordam parlamentares e cientistas políticos.
Segundo levantamento da Secretaria-Geral da Mesa do Senado, em agosto apenas um projeto de lei foi enviado para sanção presidencial. Neste mês, não houve sequer uma sessão deliberativa na Casa, emperrada pela queda-de-braço entre governo e oposição que teve como resultado a absolvição do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL).
- A perda para o cidadão foi muito grande - reconhece o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
Na avaliação do cientista político da empresa de consultoria legislativa Arko Advice, Cristiano Noronha, o Senado passou ao largo de temas que realmente interessam aos eleitores.
- A agenda legislativa do governo no Congresso como um todo teve andamento razoável. Mas, neste ano, o Senado foi marcado pela escassez de grandes assuntos em discussão - critica o cientista político.
- Sofre o cidadão e mais tarde sofreremos nós, senadores, que vamos arcar com o peso tanto da absolvição de Renan quanto da paralisia do Senado - concorda Cristovam Buarque.
O Senado viu o ritmo de trabalho em plenário cair de forma drástica desde que a Casa se voltou de corpo e alma para a batalha política em torno do escândalo que enredou Renan Calheiros. De acordo com os números levantados pela Secretaria-Geral da Mesa, em maio, mês imediatamente anterior ao início da crise, o Senado havia aprovado 13 medidas provisórias. Enviou cinco projetos de lei para sanção presidencial e outros 17 para a Câmara. No mês seguinte, já com a Casa às voltas com denúncias envolvendo o ocupante do seu principal gabinete, o número de medidas provisórias aprovadas caiu para seis. Apenas dois projetos foram enviados para sanção.
- A situação se tornará ainda mais aguda a partir de agora - ameaça o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). - A paralisação de votações será usada de forma sistemática para pressionar pelo licenciamento de Renan Calheiros. Com Renan na Casa, não haverá votação, e dessa vez as matérias de interesse do governo, como a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), ficarão comprometidas.
Se faltaram iniciativas de interesse ao cidadão, o mesmo não se pode dizer sobre os assuntos de natureza política que, ao fim e ao cabo, terminam por beneficiar os próprios donos de assento na Casa. Fluiu como mel , por exemplo, aprovação de nomeações de autoridades, com destaque à celeridade dada à aprovação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Alberto Direito, e de concessões de rádios e emissoras de TV - essenciais para o relacionamento entre políticos e suas bases eleitorais. Essas, na verdade, foram aceleradas com a crise. Em maio, foram aprovadas 23 concessões na área de telecomunicações. Em junho, foram 33 as concessões, que subiram para 45 em agosto.
Partidário da "obstrução seletiva", como foi batizada a paralisação das votações em plenário do Senado, Agripino defende a estratégia adotada como forma de protesto contra Renan e afirma que todas as matérias importantes que passaram pelo plenário do Senado foram aprovadas. Ainda assim, quando questionado sobre quais seriam os projetos ou medidas provisórias mais importantes aprovadas neste ano, tergiversou.
- Agora, assim de cabeça, não me lembro de nenhum - disse o senador.
Mergulhados em uma crise política sem data para acabar, os 81 senadores que custam, cada um, R$ 33,1 milhões por ano aos cofres públicos, preferiram se voltar para questões intestinas e deixaram em segundo plano o debate das grandes questões que afetam a população, concordam parlamentares e cientistas políticos.
Segundo levantamento da Secretaria-Geral da Mesa do Senado, em agosto apenas um projeto de lei foi enviado para sanção presidencial. Neste mês, não houve sequer uma sessão deliberativa na Casa, emperrada pela queda-de-braço entre governo e oposição que teve como resultado a absolvição do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL).
- A perda para o cidadão foi muito grande - reconhece o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).
Na avaliação do cientista político da empresa de consultoria legislativa Arko Advice, Cristiano Noronha, o Senado passou ao largo de temas que realmente interessam aos eleitores.
- A agenda legislativa do governo no Congresso como um todo teve andamento razoável. Mas, neste ano, o Senado foi marcado pela escassez de grandes assuntos em discussão - critica o cientista político.
- Sofre o cidadão e mais tarde sofreremos nós, senadores, que vamos arcar com o peso tanto da absolvição de Renan quanto da paralisia do Senado - concorda Cristovam Buarque.
O Senado viu o ritmo de trabalho em plenário cair de forma drástica desde que a Casa se voltou de corpo e alma para a batalha política em torno do escândalo que enredou Renan Calheiros. De acordo com os números levantados pela Secretaria-Geral da Mesa, em maio, mês imediatamente anterior ao início da crise, o Senado havia aprovado 13 medidas provisórias. Enviou cinco projetos de lei para sanção presidencial e outros 17 para a Câmara. No mês seguinte, já com a Casa às voltas com denúncias envolvendo o ocupante do seu principal gabinete, o número de medidas provisórias aprovadas caiu para seis. Apenas dois projetos foram enviados para sanção.
- A situação se tornará ainda mais aguda a partir de agora - ameaça o líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). - A paralisação de votações será usada de forma sistemática para pressionar pelo licenciamento de Renan Calheiros. Com Renan na Casa, não haverá votação, e dessa vez as matérias de interesse do governo, como a prorrogação da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), ficarão comprometidas.
Se faltaram iniciativas de interesse ao cidadão, o mesmo não se pode dizer sobre os assuntos de natureza política que, ao fim e ao cabo, terminam por beneficiar os próprios donos de assento na Casa. Fluiu como mel , por exemplo, aprovação de nomeações de autoridades, com destaque à celeridade dada à aprovação do ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Alberto Direito, e de concessões de rádios e emissoras de TV - essenciais para o relacionamento entre políticos e suas bases eleitorais. Essas, na verdade, foram aceleradas com a crise. Em maio, foram aprovadas 23 concessões na área de telecomunicações. Em junho, foram 33 as concessões, que subiram para 45 em agosto.
Partidário da "obstrução seletiva", como foi batizada a paralisação das votações em plenário do Senado, Agripino defende a estratégia adotada como forma de protesto contra Renan e afirma que todas as matérias importantes que passaram pelo plenário do Senado foram aprovadas. Ainda assim, quando questionado sobre quais seriam os projetos ou medidas provisórias mais importantes aprovadas neste ano, tergiversou.
- Agora, assim de cabeça, não me lembro de nenhum - disse o senador.
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