Fábrica de marginais?

O governador do Rio Sérgio Cabral Filho defendeu o aborto como método de redução da violência no Estado. Chegou a declarar que a falta de um controle de natalidade mais severo e a não legalização do aborto é "uma fábrica de produzir marginal".
Mais uma vez a população, a mídia, as Ongs, associações, fundações, igrejas – todos -, comungando na mesma hóstia. Ninguém se manifestou de maneira séria em relação ao disparate do Governador.
Eu faço uma pergunta: quem é que fabrica as comunidades pobres? Responda governador!
Eu esperava uma reação por parte da sociedade, por exemplo: dizer para o governador que não se luta eficazmente contra a pobreza limitando-se a natalidade, mas erradicando-se a miséria; dizer para o governador que essa miséria fabricada por esse sistema degrada o homem na sua dignidade e o degradado parte para a violência, única e desesperada arma de defesa; dizer para o governador que quando os governos aumentam os meios de morte, restringem os meios de vida; dizer para o governador que toda as artes têm produzido obras admiráveis; a arte de governar só tem produzido monstrengos. É assim que ele vai querer ser lembrado pela história?
O curioso é que ninguém fala nada. Ninguém se manifesta. O governador vai dormir pensando que todo mundo tem cara de palhaço, assim como eu.

Huayrãn Ribeiro