Um dos locais mais marcantes do Rio de Janeiro tem uma história de fé, devoção e trabalho. A Igreja de Nossa Senhora da Penha soma séculos de vida e muitas lembranças escada acima.
Historiadores católicos apontam que por volta de 1635, um homem conhecido como Capitão Baltazar de Abreu Cardoso subiu para a região onde hoje fica a Igreja para ver suas plantações e por lá foi atacado por uma grande cobra. Ele ficou ferido demais para reagir e como era devoto de Nossa Senhora, pediu para ser salvo e acabou sendo: um lagarto foi para cima da serpente e Baltazar pôde fugir.
Recuperado do ataque e acreditando que a presença do lagarto foi uma espécie de providência divina, Baltazar decidiu erguer uma capela para Nossa Senhora. Como a construção ficava em cima do grande morro conhecido como “Penhasco”, as pessoas passaram a chamar o local de “Igreja de nossa Senhora do alto do Penhasco”. Com o tempo, o “Penhasco” virou “Penha” e o nome da santa é o que segue até hoje em dia.
“A Igreja de Nossa Senhora da Penha, do Rio de Janeiro, é considerada a segunda capela para essa santa. A primeira foi erguida em Vila Velha, no Espírito Santo, por volta de 1558 e 1570” frisa o historiador Maurício dos Santos.
Um dos pontos mais falados da Igreja de Nossa Senhora da Penha é a escadaria. Os 382 degraus, talhados na subida que leva ao templo religioso, têm uma história curiosa e de muito trabalho:
“No ano de 1817 subia a pedra um piedoso casal quando a esposa, Sra. Maria Barbosa, comentou com o marido que pediria para Nossa Senhora da Penha para interceder por eles para que Deus lhes concedesse um filho, já que estavam casados há alguns anos e não tinham filhos. A Sra. Maria Barbosa confiou, pediu e prometeu que se tivesse um filho mandaria esculpir no duro granito do penhasco uma escadaria para facilitar o acesso dos devotos ao Santuário. No ano seguinte o casal era presenteado com um lindo filho e no ano de 1819 a escadaria estava pronta” destaca o site da igreja.
Felipe Lucena é jornalista, roteirista e escritor. Filho de nordestinos, nasceu e foi criado na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Apesar da distância, sempre foi (e pretende continuar sendo) um assíduo frequentador das mais diversas regiões da Cidade Maravilhosa.
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