Carlos Lessa denuncia política econômica que gera explosão da dívida interna
Rodrigo Ávila / Dia 21 de outubro de 2009 foi realizada a 10ª reunião da CPI da Dívida, que realizou Audiência Pública com o economista Carlos Lessa, ex-reitor da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Na Audiência, Carlos Lessa mostrou aos deputados integrantes da CPI como a explosão da dívida interna decorre de uma má gestão das políticas monetária e fiscal, com altas taxas de juros, livre movimentação de capitais e isenção tributária para investidores estrangeiros, que com todos estes atrativos trazem seus dólares em massa ao país. O governo compra estes dólares pagando com títulos da dívida interna - cujos juros são altíssimos - e aplica tais dólares em títulos do Tesouro norte-americano, que rendem juros negativos. "Não há melhor negócio no mundo que trazer dólares para o Brasil e ganhar as altas taxas de juros. Fico horrorizado com esta política econômica", afirmou.
O Deputado Paulo Rubem Santiago (PDT/PE) mostrou então que, com esta apresentação de Carlos Lessa, a CPI quebra o dogma de que a atual política econômica é inquestionável. Vários países resolveram o problema da inflação sem o "regime de metas", que vem sendo utilizado no Brasil. O Deputado Ivan Valente (PSOL/SP) também questionou os dogmas da atual política econômica, como o superávit primário e a livre movimentação de capitais. Defendeu então que a CPI possa mostrar as alternativas a esta política, perguntando a Carlos Lessa qual seria, por exemplo, a forma alternativa de se definir a taxa de juros. O Deputado Pedro Fernandes (PTB/MA), relator suplente, disse que "a dívida pública brasileira é um escândalo".
Lessa concluiu sua fala dizendo que a Crise corroeu o receituário neoliberal, que sempre era mostrado como única alternativa, e que agora há uma enorme janela ideológica no mundo. "Não existe ciência exata. Não existe receita única.", afirmou, mostrando que qualquer recomendação de política segue a determinado interesse e "a história vai mostrar o que deu certo e o que não deu certo".
Lessa propôs, por exemplo, que os bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES) atuem de forma coordenada para impor ao mercado uma "redução espetacular na taxa de juros". Concluiu dizendo que "quem manda no Brasil é o Banco Central", e que este órgão hoje "é independente do povo, do governo e do país".
Portanto, embora não tenha havido tempo (antes do início da Ordem do Dia no Plenário) para a apreciação de requerimentos de informação e de audiências públicas, a reunião da CPI foi bastante positiva por ter demonstrado ao Relator e aos demais deputados o escandaloso equívoco da atual política econômica que gera a explosão da dívida interna, o aumento dos compromissos com pagamentos de juros e amortizações e, conseqüentemente, o agravamento dos problemas sociais em nosso país.
Rodrigo Ávila é assessor econômico da bancada federal do PSol,
Fonte: http://www.liderancapsol.org.br/
Na Audiência, Carlos Lessa mostrou aos deputados integrantes da CPI como a explosão da dívida interna decorre de uma má gestão das políticas monetária e fiscal, com altas taxas de juros, livre movimentação de capitais e isenção tributária para investidores estrangeiros, que com todos estes atrativos trazem seus dólares em massa ao país. O governo compra estes dólares pagando com títulos da dívida interna - cujos juros são altíssimos - e aplica tais dólares em títulos do Tesouro norte-americano, que rendem juros negativos. "Não há melhor negócio no mundo que trazer dólares para o Brasil e ganhar as altas taxas de juros. Fico horrorizado com esta política econômica", afirmou.
O Deputado Paulo Rubem Santiago (PDT/PE) mostrou então que, com esta apresentação de Carlos Lessa, a CPI quebra o dogma de que a atual política econômica é inquestionável. Vários países resolveram o problema da inflação sem o "regime de metas", que vem sendo utilizado no Brasil. O Deputado Ivan Valente (PSOL/SP) também questionou os dogmas da atual política econômica, como o superávit primário e a livre movimentação de capitais. Defendeu então que a CPI possa mostrar as alternativas a esta política, perguntando a Carlos Lessa qual seria, por exemplo, a forma alternativa de se definir a taxa de juros. O Deputado Pedro Fernandes (PTB/MA), relator suplente, disse que "a dívida pública brasileira é um escândalo".
Lessa concluiu sua fala dizendo que a Crise corroeu o receituário neoliberal, que sempre era mostrado como única alternativa, e que agora há uma enorme janela ideológica no mundo. "Não existe ciência exata. Não existe receita única.", afirmou, mostrando que qualquer recomendação de política segue a determinado interesse e "a história vai mostrar o que deu certo e o que não deu certo".
Lessa propôs, por exemplo, que os bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e BNDES) atuem de forma coordenada para impor ao mercado uma "redução espetacular na taxa de juros". Concluiu dizendo que "quem manda no Brasil é o Banco Central", e que este órgão hoje "é independente do povo, do governo e do país".
Portanto, embora não tenha havido tempo (antes do início da Ordem do Dia no Plenário) para a apreciação de requerimentos de informação e de audiências públicas, a reunião da CPI foi bastante positiva por ter demonstrado ao Relator e aos demais deputados o escandaloso equívoco da atual política econômica que gera a explosão da dívida interna, o aumento dos compromissos com pagamentos de juros e amortizações e, conseqüentemente, o agravamento dos problemas sociais em nosso país.
Rodrigo Ávila é assessor econômico da bancada federal do PSol,
Fonte: http://www.liderancapsol.org.br/
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