Um jovem escritor, originário de Boston, procurou um editor nova-iorquino para o qual tinha uma carta de recomendação. Seu nome era Miller. O editor disse-lhe:
- A primeira coisa que lhe peço é que escolha um pseudônimo.
- Um pseudônimo? – retrucou o jovem autor. – Por quê? Meu nome é honrado e nada tem de mau.
- É provável, respondeu o editor. Porém chega muito tarde. Depois de Henry, excessivamente célebre, em minha opinião; depois de Artur, conhecido na Europa e aqui e depois de certo Merle Miller, cujo primeiro livro já fez barulho em Paris. Três Miller reputados como comunistas, ou quase. Calcule que talento precisaria ter para correr o risco de vir a ser o quarto Miller. Talvez, se não quer escolher um pseudônimo, tencione realizar algo sensacional, alguma coisa capaz de mudar a ordem do mundo.
O jovem autor permaneceu um instante pensativo e em seguida disse:
- Creio que vou escolher um pseudônimo.
Resumo – O jovem escritor mostrou bom senso e equilíbrio e muita maturidade e o que é melhor – soube acatar, reconhecer que aquele editor sabia o que estava falando. Sabia o que estava falando porque na verdade quem estava falando era a voz da experiência.
Penso que se eu não esbanjar minhas forças com atividades de pouca importância e que por ventura venham a me prejudicar já será um bom começo.
Penso que dar uma finalidade elevada ao meu trabalho já é um bom começo.
Penso que canalizando minha força espiritual e mental para os sublimes interesses do próximo, para a felicidade das pessoas que me cercam já é um bom começo.
Será que já estou começando aprender a pensar?
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