Campinarte Notícias e Músicas
Arquivo do blog
Vídeos
Notícias principais - Google Notícias
sábado, 8 de novembro de 2025
sábado, 1 de novembro de 2025
Quem conta um conto merece quanto? / Idéias do canário (Machado de Assis)
No princípio do mês passado, — disse ele, — indo por uma rua,sucedeu que um tílburi à disparada, quase me atirou ao chão. Escapei saltando para dentro de urna loja de belchior. Nem o estrépito do cavalo e do veículo, nem a minha entrada fez levantar o dono do negócio, que cochilava ao fundo, sentado numa cadeira de abrir. Era um frangalho de homem, barba cor de palha suja, a cabeça enfiada em um gorro esfarrapado, que provavelmente não achara comprador. Não se adivinhava nele nenhuma história, como podiam ter alguns dos objetos que vendia, nem se lhe sentia a tristeza austera e desenganada das vidas que foram vidas.
A loja era escura, atulhada das cousas velhas, tortas, rotas, enxovalhadas, enferrujadas que de ordinário se acham em tais casas, tudo naquela meia desordem própria do negócio. Essa mistura, posto que banal, era interessante. Panelas sem tampa, tampas sem panela, botões, sapatos, fechaduras, uma saia preta, chapéus de palha e de pêlo, caixilhos, binóculos, meias casacas, um florete, um cão empalhado, um par de chinelas, luvas, vasos sem nome, dragonas, uma bolsa de veludo, dois cabides, um bodoque, um termômetro, cadeiras, um retrato litografado pelo finado Sisson, um gamão, duas máscaras de arame para o carnaval que há de vir, tudo isso e o mais que não vi ou não me ficou de memória, enchia a loja nas imediações da porta, encostado, pendurado ou exposto em caixas de vidro, igualmente velhas. Lá para dentro, havia outras cousas mais e muitas, e do mesmo aspecto, dominando os objetos grandes, cômodas, cadeiras, camas, uns por cima dos outros, perdidos na escuridão.
Ia a sair, quando vi uma gaiola pendurada da porta. Tão velha como o resto, para ter o mesmo aspecto da desolação geral, faltava lhe estar vazia. Não estava vazia. Dentro pulava um canário.
A cor, a animação e a graça do passarinho davam àquele amontoado de destroços uma nota de vida e de mocidade. Era o último passageiro de algum naufrágio, que ali foi parar íntegro e alegre como dantes. Logo que olhei para ele, entrou a saltar mais abaixo e acima, de poleiro em poleiro, como se quisesse dizer que no meio daquele cemitério brincava um raio de sol. Não atribuo essa imagem ao canário, senão porque falo a gente retórica; em verdade, ele não pensou em cemitério nem sol, segundo me disse depois. Eu, de envolta com o prazer que me trouxe aquela vista, senti-me indignado do destino do pássaro, e murmurei baixinho palavras de azedume.
— Quem seria o dono execrável deste bichinho, que teve ânimo de se desfazer dele por alguns pares de níqueis? Ou que mão indiferente, não querendo guardar esse companheiro de dono defunto, o deu de graça a algum pequeno, que o vendeu para ir jogar uma quiniela?
E o canário, quedando-se em cima do poleiro, trilou isto:
— Quem quer que sejas tu, certamente não estás em teu juízo. Não tive dono execrável, nem fui dado a nenhum menino que me vendesse. São imaginações de pessoa doente; vai-te curar, amigo.
— Como — interrompi eu, sem ter tempo de ficar espantado. Então o teu dono não te vendeu a esta casa? Não foi a miséria ou a ociosidade que te trouxe a este cemitério, como um raio de sol?
— Não sei que seja sol nem cemitério. Se os canários que tens visto usam do primeiro desses nomes, tanto melhor, porque é bonito, mas estou vendo que confundes.
— Perdão, mas tu não vieste para aqui à toa, sem ninguém, salvo se o teu dono foi sempre aquele homem que ali está sentado.
— Que dono? Esse homem que aí está é meu criado, dá-me água e comida todos os dias, com tal regularidade que eu, se devesse pagar-lhe os serviços, não seria com pouco; mas os canários não pagam criados. Em verdade, se o mundo é propriedade dos canários, seria extravagante que eles pagassem o que está no mundo.
Pasmado das respostas, não sabia que mais admirar, se a linguagem, se as idéias. A linguagem, posto me entrasse pelo ouvido como de gente, saía do bicho em trilos engraçados. Olhei em volta de mim, para verificar se estava acordado; a rua era a mesma, a loja era a mesma loja escura, triste e úmida. O canário, movendo a um lado e outro, esperava que eu lhe falasse. Perguntei-lhe então se tinha saudades do espaço azul e infinito.
— Mas, caro homem, trilou o canário, que quer dizer espaço azul e infinito?
— Mas, perdão, que pensas deste mundo? Que cousa é o mundo?
O mundo, redargüiu o canário com certo ar de professor, o mundo é uma loja de belchior, com uma pequena gaiola de taquara, quadrilonga, pendente de um prego; o canário é senhor da gaiola que habita e da loja que o cerca. Fora daí, tudo é ilusão e mentira.
Nisto acordou o velho, e veio a mim arrastando os pés. Perguntou-me se queria comprar o canário. Indaguei se o adquirira, como o resto dos objetos que vendia, e soube que sim, que o comprara a um barbeiro, acompanhado de uma coleção de navalhas.
— As navalhas estão em muito bom uso, concluiu ele.
— Quero só o canário.
Paguei lhe o preço, mandei comprar uma gaiola vasta, circular, de madeira e arame, pintada de branco, e ordenei que a pusessem na varanda da minha casa, donde o passarinho podia ver o jardim, o repuxo e um pouco do céu azul.
Era meu intuito fazer um longo estudo do fenômeno, sem dizer nada a ninguém, até poder assombrar o século com a minha extraordinária descoberta. Comecei por alfabeto a língua do canário, por estudar-lhe a estrutura, as relações com a música, os sentimentos estéticos do bicho, as suas idéias e reminiscências. Feita essa análise filológica e psicológica, entrei propriamente na história dos canários, na origem deles, primeiros séculos, geologia e flora das ilhas Canárias, se ele tinha conhecimento da navegação, etc. Conversávamos longas horas, eu escrevendo as notas, ele esperando, saltando, trilando.
Não tendo mais família que dois criados, ordenava lhes que não me interrompessem, ainda por motivo de alguma carta ou telegrama urgente, ou visita de importância. Sabendo ambos das minhas ocupações científicas, acharam natural a ordem, e não suspeitaram que o canário e eu nos entendíamos.
Não é mister dizer que dormia pouco, acordava duas e três vezes por noite, passeava à toa, sentia me com febre. Afinal tornava ao trabalho, para reler, acrescentar, emendar. Retifiquei mais de uma observação, — ou por havê-la entendido mal, ou porque ele não a tivesse expresso claramente. A definição do mundo foi uma delas.
Três semanas depois da entrada do canário em minha casa, pedi-lhe que me repetisse a definição do mundo.
— O mundo, respondeu ele, é um jardim assaz largo com repuxo no meio, flores e arbustos, alguma grama, ar claro e um pouco de azul por cima; o canário, dono do mundo, habita uma gaiola vasta, branca e circular, donde mira o resto. Tudo o mais é ilusão e mentira.
Também a linguagem sofreu algumas retificações, e certas conclusões, que me tinham parecido simples, vi que eram temerárias.
Não podia ainda escrever a memória que havia de mandar ao Museu Nacional, ao Instituto Histórico e às universidades alemãs, não porque faltasse matéria, mas para acumular primeiro todas as observações e ratificá-las. Nos últimos dias, não saía de casa, não respondia a cartas, não quis saber de amigos nem parentes. Todo eu era canário. De manhã, um dos criados tinha a seu cargo limpar a gaiola e pôr lhe água e comida. O passarinho não lhe dizia nada, como se soubesse que a esse homem faltava qualquer preparo científico. Também o serviço era o mais sumário do mundo; o criado não era amador de pássaros.
Um sábado amanheci enfermo, a cabeça e a espinha doíam-me. O médico ordenou absoluto repouso; era excesso de estudo, não devia ler nem pensar, não devia saber sequer o que se passava na cidade e no mundo. Assim fiquei cinco dias; no sexto levantei-me, e só então soube que o canário, estando o criado a tratar dele, fugira da gaiola. O meu primeiro gesto foi para esganar o criado; a indignação sufocou-me, caí na cadeira, sem voz, tonto. O culpado defendeu-se, jurou que tivera cuidado, o passarinho é que fugira por astuto.
— Mas não o procuraram?
Procuramos, sim, senhor; a princípio trepou ao telhado, trepei também, ele fugiu, foi para uma árvore, depois escondeu-se não sei onde. Tenho indagado desde ontem, perguntei aos vizinhos, aos chacareiros, ninguém sabe nada.
Padeci muito; felizmente, a fadiga estava passada, e com algumas horas pude sair à varanda e ao jardim. Nem sombra de canário. Indaguei, corri, anunciei, e nada. Tinha já recolhido as notas para compor a memória, ainda que truncada e incompleta, quando me sucedeu visitar um amigo, que ocupa uma das mais belas e grandes chácaras dos arrabaldes. Passeávamos nela antes de jantar, quando ouvi trilar esta pergunta:
— Viva, Sr. Macedo, por onde tem andado que desapareceu?
Era o canário; estava no galho de uma árvore. Imaginem como fiquei, e o que lhe disse. O meu amigo cuidou que eu estivesse doido; mas que me importavam cuidados de amigos?
Falei ao canário com ternura, pedi-lhe que viesse continuar a conversação, naquele nosso mundo composto de um jardim e repuxo, varanda e gaiola branca e circular.
— Que jardim? que repuxo?
— O mundo, meu querido.
— Que mundo? Tu não perdes os maus costumes de professor. O mundo, concluiu solenemente, é um espaço infinito e azul, com o sol por cima.
Indignado, retorqui-lhe que, se eu lhe desse crédito, o mundo era tudo; até já fora uma loja de belchior.
— De belchior? trilou ele às bandeiras despregadas. Mas há mesmo lojas de belchior?
Texto extraído do livro “O Alienista e outros contos”, Editora Moderna – São Paulo, 1995, pág. 73.
Machado de Assis - * 21 /06/1839 Rio de Janeiro (RJ) / + 29 /09/1908 Rio de Janeiro (RJ)
Machado de Assis - * 21 /06/1839 Rio de Janeiro (RJ) / + 29 /09/1908 Rio de Janeiro (RJ)
Frases de Machado de Assis
- “Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.”
- “Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho, Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!”
- “Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução.”
- “Cada qual sabe amar a seu modo; o modo, pouco importa; o essencial é que saiba amar.”
- “Eu gosto de olhos que sorriem, de gestos que se desculpam, de toques que sabem conversar e de silêncios que se declaram.”
- “Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento.”
- “O capital existe, se forma e sobrevive a custa da sociedade que trabalha e nem sempre é recompensada pelos lucros que gera.”
- “O mais feroz dos animais domésticos é o relógio de parede. Conheço um que já devorou três gerações da minha família.”
- “Das qualidades necessárias ao jogo de xadrez, duas essenciais: vista pronta e paciência beneditina, qualidades preciosas na vida que também é um xadrez, com seus problemas e partidas, umas ganhas, outras perdidas, outras nulas.”
- “O esperado nos mantém fortes, firmes e em pé. O inesperado nos torna frágeis e propõe recomeços.”
- “Pois o silêncio não tem fisionomia, mas as palavras muitas faces...”
- “Há coisas que melhor se dizem calando. As feridas do coração, como as do corpo, deixam cicatrizes. Nossos corpos são nossos jardins, cujos jardineiros são nossas vontades.”
- “Descobri uma lei sublime, a lei da equivalência das janelas, e estabeleci que o modo de compensar uma janela fechada é abrir outra, a fim de que a moral possa arejar continuamente a consciência.”
sábado, 25 de outubro de 2025
Huayrãn Ribeiro / Pela batuta do bem
Um homem pára de respeitar outro homem a partir do momento que passa a ter inveja desse outro homem. Um homem que passa a ter inveja de outro homem é o mesmo que assinar um atestado de incompetência. Um homem incompetente e invejoso não trabalha, não produz. A sua mente vive em função da derrota de homens sérios, inteligentes, corretos, em outras palavras, é a favor do contra. Por isso que ser inteligente se torna uma tarefa das mais solitárias. Por isso não temos heróis do bem. Nossos heróis são os vilões. Nossos heróis são do mau. Fazer as coisas de maneira correta dá muito trabalho e um homem incompetente e invejoso é naturalmente contra o trabalho. Fazer as coisas de maneira correta implica em observar as leis e um homem incompetente e invejoso é contra as leis e principalmente contra aqueles que tentam cumpri-las e/ou aplicá-las. Vivemos a era das permissividades e do "politicamente correto" ou incorreto (isso varia) de acordo com as conveniências. Vivemos uma era sem precedentes, a era das idéias. Idéias com a pretensão de iludir e como que num passe de mágica tentar contrariar os fatos. Mas fatos são fatos. Contra os fatos as palavras são palavras nada mais do que palavras e esses passes de mágica serão mais cedo ou mais tarde desmascarados por algum Mister M de plantão. E quando essa farsa acabar? Quando todos os pilares da delinqüência forem derrubados? Quando todos os vilões forem eliminados o que vai imperar na mente de todos os homens? A ordem, a moral, a ética, o respeito, a honestidade, a seriedade, o conhecimento de causa e consequentemente a inteligência e a competência regidas pela batuta do bem.
sábado, 18 de outubro de 2025
Huayrãn Ribeiro / Resignação
Eu já ouvi falar em resignação, grandeza e dignidade. Eu já ouvi falar em pessoas resignadas; a história da humanidade está cheia de grandes exemplos de renúncia espontânea, pessoas que tiveram muita coragem para enfrentar todos os tipos de sorte e desgraças. A história da humanidade está repleta de exemplos de pessoas que tinham autoridade moral, respeitabilidade, nobreza. Pessoas que não se curvaram diante de seus algozes e caíram de pé.
Sir, Walter Raleigh, já sobre o patíbulo, pediu para ver o machado do carrasco. Examinando o fio do corte, disse sorrindo:
- O remédio é amargo, mas cura todos os males.
Quando Sydney foi condenado a ser enforcado e esquartejado, Jeffries, seu juiz e verdugo, exortava-o a que sofresse com resignação, Sydney estendendo-lhe seu braço, respondeu:
- Toma-me o pulso e verás se meu sangue está agitado.
Antes de subir ao patíbulo Ana Bolena escreveu ao rei Henrique VIII, seu marido:
- “Tens sempre te ocupado de minha elevação e de minha grandeza e nem sequer hoje perdes de vista este teu cuidado: simples senhorita fizeste-me marquesa de Pimbrock, de marquesa, rainha, e de rainha hás-me elevado neste momento à categoria de santa”.
Subiu ao patíbulo ricamente vestida e com grande firmeza e, tendo notado que algumas damas sorriam maliciosamente, disse-lhes:
- Morro rainha, isto é tudo.
Quando Maria Stuart subiu ao cadafalso, o carrasco pôs a mão sobre sua cabeleira.
- Meu amigo, disse-lhe a rainha, não me toques.
Em seguida chamou uma das damas que a serviam, a qual lhe tirou o fino véu preto que levava, as travessas e os outros adornos.
Não pôde impedir, entretanto, que o verdugo lhe arrancasse a parte superior de seu vestido, de maneira que ficou meio despida na presença de quatrocentas ou de quinhentas pessoas, às quais pediu perdão pela forma indecorosa em que se apresentava.
Não estou habituada, disse, a esta vestimenta nem a este pajem.
Resumo - Se você está sofrendo, supere sua dor com heroísmo, porque só os vencedores conseguirão o prêmio que se encontra à espera deles.
Tenha muita calma, não se apresse, mas também não desanime.
Supere sua dor com heroísmo, busque alegria e viva com a sensação otimista daquele que sabe lutar sem desfalecimento.
E verifique que sua vida se transformará num hino de ação de graças ao Criador.
Sir, Walter Raleigh, já sobre o patíbulo, pediu para ver o machado do carrasco. Examinando o fio do corte, disse sorrindo:
- O remédio é amargo, mas cura todos os males.
Quando Sydney foi condenado a ser enforcado e esquartejado, Jeffries, seu juiz e verdugo, exortava-o a que sofresse com resignação, Sydney estendendo-lhe seu braço, respondeu:
- Toma-me o pulso e verás se meu sangue está agitado.
Antes de subir ao patíbulo Ana Bolena escreveu ao rei Henrique VIII, seu marido:
- “Tens sempre te ocupado de minha elevação e de minha grandeza e nem sequer hoje perdes de vista este teu cuidado: simples senhorita fizeste-me marquesa de Pimbrock, de marquesa, rainha, e de rainha hás-me elevado neste momento à categoria de santa”.
Subiu ao patíbulo ricamente vestida e com grande firmeza e, tendo notado que algumas damas sorriam maliciosamente, disse-lhes:
- Morro rainha, isto é tudo.
Quando Maria Stuart subiu ao cadafalso, o carrasco pôs a mão sobre sua cabeleira.
- Meu amigo, disse-lhe a rainha, não me toques.
Em seguida chamou uma das damas que a serviam, a qual lhe tirou o fino véu preto que levava, as travessas e os outros adornos.
Não pôde impedir, entretanto, que o verdugo lhe arrancasse a parte superior de seu vestido, de maneira que ficou meio despida na presença de quatrocentas ou de quinhentas pessoas, às quais pediu perdão pela forma indecorosa em que se apresentava.
Não estou habituada, disse, a esta vestimenta nem a este pajem.
Resumo - Se você está sofrendo, supere sua dor com heroísmo, porque só os vencedores conseguirão o prêmio que se encontra à espera deles.
Tenha muita calma, não se apresse, mas também não desanime.
Supere sua dor com heroísmo, busque alegria e viva com a sensação otimista daquele que sabe lutar sem desfalecimento.
E verifique que sua vida se transformará num hino de ação de graças ao Criador.
sábado, 11 de outubro de 2025
Ainda bem que o Campinarte não é uma unanimidade

Setembro é um mês pra lá de especial para o Campinarte Dicas e Fatos. É o mês de aniversário do nosso informativo que foi fundado exatamente no dia 27/09, o ano era 1996.
Nessa data [baseado numa pesquisa realizada em Nova Campinas] chegamos à conclusão que o conjunto carecia de um guia comercial e foi o que fizemos – lançamos o Campinarte Dá a Dica – o primeiro guia comercial de Nova Campinas.
Bem... de lá pra cá tantas coisas aconteceram: em 1997 o nosso guia passa a ser publicado no formato tablóide; em Outubro desse mesmo ano passa a se chamar Campinarte Dicas e Fatos e a partir daí foi passando por todas as etapas que um informativo comunitário tem que passar para conquistar o mais difícil de todos os públicos: o povão de sua própria terra.
Dizem que ninguém é profeta em sua própria terra, dizem também que toda regra tem a sua exceção e o Campinarte [que felizmente não é uma unanimidade] contrariou todos esses ditos populares e conquistou um universo de leitores dentro do conjunto. Isso nos deu confiança para seguir em frente e cá estamos... entrando no décimo quarto ano trabalhando para que o nosso informativo seja igualzinho aos bons, um informativo no mínimo útil.
O Campinarte se orgulha de ter se transformado num produto que vai além de uma simples marca, conseguimos imprimir um conceito...
O Campinarte está aberto a todos os segmentos comunitários...
O Campinarte se orgulha de não receber subvenção de nenhuma prefeitura ou governo estadual e muito menos do governo federal...
O Campinarte não é uma ONG, associação ou fundação...
O Campinarte não é bancado por nenhuma denominação religiosa...
O Campinarte não é bancado por nenhum partido político, milícia ou traficantes...
O Campinarte não tem se quer agenciadores ou vendedores de anúncios espalhados por aí – se por um acaso aparecer alguém querendo se passar por agenciador do Campinarte chame a polícia...
O Campinarte circula graças a um grupo de colaboradores que também não tem nenhum vinculo contratual... são pessoas [físicas ou jurídicas] que contribuem espontaneamente porque reconhecem a importância de um veículo como o Campinarte para as comunidades.
O Campinarte Dicas e Fatos é grato, sim, a esses colaboradores que conheceram e reconheceram a importância da educação comunitária através da informação.
A todos vocês que colaboram [direta ou indiretamente] com o nosso informativo, no dia 27 de Setembro, vamos cantar em alto e bom som: “Parabéns para o Campinarte / Nessa data querida / Muitas felicidades / Muitos anos de vida!
Nessa data [baseado numa pesquisa realizada em Nova Campinas] chegamos à conclusão que o conjunto carecia de um guia comercial e foi o que fizemos – lançamos o Campinarte Dá a Dica – o primeiro guia comercial de Nova Campinas.
Bem... de lá pra cá tantas coisas aconteceram: em 1997 o nosso guia passa a ser publicado no formato tablóide; em Outubro desse mesmo ano passa a se chamar Campinarte Dicas e Fatos e a partir daí foi passando por todas as etapas que um informativo comunitário tem que passar para conquistar o mais difícil de todos os públicos: o povão de sua própria terra.
Dizem que ninguém é profeta em sua própria terra, dizem também que toda regra tem a sua exceção e o Campinarte [que felizmente não é uma unanimidade] contrariou todos esses ditos populares e conquistou um universo de leitores dentro do conjunto. Isso nos deu confiança para seguir em frente e cá estamos... entrando no décimo quarto ano trabalhando para que o nosso informativo seja igualzinho aos bons, um informativo no mínimo útil.
O Campinarte se orgulha de ter se transformado num produto que vai além de uma simples marca, conseguimos imprimir um conceito...
O Campinarte está aberto a todos os segmentos comunitários...
O Campinarte se orgulha de não receber subvenção de nenhuma prefeitura ou governo estadual e muito menos do governo federal...
O Campinarte não é uma ONG, associação ou fundação...
O Campinarte não é bancado por nenhuma denominação religiosa...
O Campinarte não é bancado por nenhum partido político, milícia ou traficantes...
O Campinarte não tem se quer agenciadores ou vendedores de anúncios espalhados por aí – se por um acaso aparecer alguém querendo se passar por agenciador do Campinarte chame a polícia...
O Campinarte circula graças a um grupo de colaboradores que também não tem nenhum vinculo contratual... são pessoas [físicas ou jurídicas] que contribuem espontaneamente porque reconhecem a importância de um veículo como o Campinarte para as comunidades.
O Campinarte Dicas e Fatos é grato, sim, a esses colaboradores que conheceram e reconheceram a importância da educação comunitária através da informação.
A todos vocês que colaboram [direta ou indiretamente] com o nosso informativo, no dia 27 de Setembro, vamos cantar em alto e bom som: “Parabéns para o Campinarte / Nessa data querida / Muitas felicidades / Muitos anos de vida!
sábado, 4 de outubro de 2025
Obrigado por tudo - Gabriel Henrique de Lima
Quantos fizeram tanto e nunca receberam o verdadeiro reconhecimento? Quantos fizeram tanto e nunca tiveram o mínimo de reconhecimento? Você (por acaso) já parou para pensar que essas pessoas maravilhosas esquecidas pela história no fundo só queriam ouvir um MUITO OBRIGADO? Bastaria um simples OBRIGADO POR TUDO!
Dizem que nunca é tarde para se corrigir um erro. O objetivo dessa seção é pinçar aquele personagem a quem todos ficamos devendo o justo reconhecimento pelos serviços prestados.
É com muita honra que o Campinarte Dicas e Fatos diz, OBRIGADO POR TUDO, a Gabriel Henrique de Lima.
Gabriel Henrique de Lima - Nasceu em 22 de Setembro de 1930 na cidade de Angicos no Rio Grande do Norte e faleceu no dia 21 de Setembro de 2002 em Duque de Caxias, RJ.
Filho de Henrique de Lima e de Maria Alice da Conceição os quais perdeu muito cedo. Gabriel tinha mais quatro irmãos, mas com a morte dos pais acabaram se dispersando.
Gabriel, até os 18 anos foi criado pelo padrinho Aluísio Alves. Mas, antes, ainda com 14 anos, trabalhou na Tribuna do Norte e a partir daí em várias outras gráficas.
Gabriel de Lima aos 18 anos muda-se para o Rio de Janeiro indo morar numa pensão no bairro de Olaria.
O tempo foi passando e em 1957 era tipógrafo da Tribuna da Imprensa e do Diário de Notícias.
Em 1958 casou-se com Maria do Carmo e teve seis filhos. Formou-se em publicidade pela Associação Fluminense de Jornalistas e logo em seguida começa a trabalhar em vários jornais do Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, O Globo, O Dia, O Balcão, etc.
Dizem que nunca é tarde para se corrigir um erro. O objetivo dessa seção é pinçar aquele personagem a quem todos ficamos devendo o justo reconhecimento pelos serviços prestados.
É com muita honra que o Campinarte Dicas e Fatos diz, OBRIGADO POR TUDO, a Gabriel Henrique de Lima.
Gabriel Henrique de Lima - Nasceu em 22 de Setembro de 1930 na cidade de Angicos no Rio Grande do Norte e faleceu no dia 21 de Setembro de 2002 em Duque de Caxias, RJ.
Filho de Henrique de Lima e de Maria Alice da Conceição os quais perdeu muito cedo. Gabriel tinha mais quatro irmãos, mas com a morte dos pais acabaram se dispersando.
Gabriel, até os 18 anos foi criado pelo padrinho Aluísio Alves. Mas, antes, ainda com 14 anos, trabalhou na Tribuna do Norte e a partir daí em várias outras gráficas.
Gabriel de Lima aos 18 anos muda-se para o Rio de Janeiro indo morar numa pensão no bairro de Olaria.
O tempo foi passando e em 1957 era tipógrafo da Tribuna da Imprensa e do Diário de Notícias.
Em 1958 casou-se com Maria do Carmo e teve seis filhos. Formou-se em publicidade pela Associação Fluminense de Jornalistas e logo em seguida começa a trabalhar em vários jornais do Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, O Globo, O Dia, O Balcão, etc.
Em 1985 mudou-se para Nova Campinas em Duque de Caxias. Naquela época o conjunto era carente de muitas providências básicas: transporte, iluminação, comércio, educação, enfim, toda uma base para que aquela imensa população tivesse o mínimo de conforto. É justamente nessa fase que a participação de Gabriel de Lima tem que ser louvada - a sua participação foi bastante ativa na busca de melhorias para o conjunto e Gabriel usava de todas as armas que dispunha para cobrar das autoridades mais rapidez e principalmente mais eficiência. Gabriel realmente não poupava esforços e usava a sua influência nos jornais que trabalhava para através de artigos, crônicas e críticas, denunciar aqueles que atravancavam a vida do povo de Nova Campinas.
Gabriel Henrique de Lima foi mais um exemplo de trabalhador que largou a sua terra natal para arriscar a sorte numa cidade grande. Podemos dizer que foi um vencedor. Gabriel era movido pela mesma emoção que sempre moveu os grandes idealistas. Para relatar todos os seus esforços e todos os seus feitos precisaríamos de muito mais espaço. Este é só o pontapé inicial, em breve voltaremos a falar sobre este verdadeiro agente comunitário, Gabriel Henrique de Lima.
Para encerrar fica aqui uma sugestão do Campinarte: que seja criada em Nova Campinas uma Biblioteca ou uma Sala de Leitura que leve o nome daquele a quem todos nesse momento dizemos esse Obrigado por tudo – Gabriel Henrique de Lima.
sábado, 27 de setembro de 2025
Modificar o meu modo de pensar
Se eu não quiser ficar doente ou se por um acaso eu já não estiver me sentido bem, a única coisa que eu vou precisar fazer é modificar o meu modo de pensar. Tenho que parar de queixar-me de doenças e outras coisas que por ventura possam vir a me fazer mal. Esse possível mal-estar pode ser agravado pela minha emissão mental negativa. Pensamentos negativos agravam qualquer doença, qualquer mal-estar, por menor que seja. Eu posso curar-me expulsando o baixo astral repousando a minha mente em coisas úteis e saudáveis. Preciso ter a mente quieta. A menta agitada não pode pensar direito. O cérebro cansado turva o pensamento. E o pensamento é a maior força criadora da face da TERRA.
O que eu não posso permitir que povoe a minha mente são sugestões de desânimo. Sempre existe uma saída para qualquer problema, por mais complexo e difícil que pareça. Todo problema tem solução e a solução está dentro do problema.
Se eu não quiser ficar doente ou se por um acaso eu já não estiver me sentido bem, a única coisa que eu vou precisar fazer é modificar o meu modo de pensar. Isso implica em não ficar ansioso e preocupado para não atrair moléstias. A ansiedade é um fator bioquímico, que influencia as secreções glandulares, produzindo demasiada adrenalina, que estimula em exagero o sistema nervoso. O nervosismo prejudica fundamentalmente a saúde.
A menta agitada não pode pensar direito. E o pensamento é a maior força criadora da face da TERRA. A única coisa que eu vou precisar fazer é modificar o meu modo de pensar.
O que eu não posso permitir que povoe a minha mente são sugestões de desânimo. Sempre existe uma saída para qualquer problema, por mais complexo e difícil que pareça. Todo problema tem solução e a solução está dentro do problema.
Se eu não quiser ficar doente ou se por um acaso eu já não estiver me sentido bem, a única coisa que eu vou precisar fazer é modificar o meu modo de pensar. Isso implica em não ficar ansioso e preocupado para não atrair moléstias. A ansiedade é um fator bioquímico, que influencia as secreções glandulares, produzindo demasiada adrenalina, que estimula em exagero o sistema nervoso. O nervosismo prejudica fundamentalmente a saúde.
A menta agitada não pode pensar direito. E o pensamento é a maior força criadora da face da TERRA. A única coisa que eu vou precisar fazer é modificar o meu modo de pensar.
sábado, 20 de setembro de 2025
Dai ao povo o que é do povo
Hipócrita é alguém que finge ser o que não é; alguém cujas ações não se harmonizam com as suas palavras. A palavra grega traduzida “hipócrita” (hy·po·kri·tés) significa “alguém que responde”, bem como um ator teatral. Os atores gregos e romanos utilizavam grandes máscaras com dispositivos mecânicos para amplificar a voz. Por isso, a palavra grega hy·po·kri·tés passou a ser usada em sentido metafórico para se aplicar a alguém que finge ou que se dá uma falsa aparência. Agora compare o discurso e a postura (perante o público) de alguns políticos. Não é exatamente isso? Não é assim que eles agem? No palanque eles são uma coisa, mas por detrás dos panos suas práticas são muito diferentes.Um exemplo clássico de hipocrisia está em Mt 22:15-22: 15 - Os fariseus foram então embora e realizaram uma consulta entre si para o enlaçarem na sua palavra. 16 - Mandaram-lhe por isso discípulos seus, junto com partidários de Herodes, dizendo: “Instrutor, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus em verdade, e que não te importas com ninguém, pois não olhas para a aparência externa dos homens. 17 - Dize-nos, portanto: Que pensas? É lícito ou não pagar a César o imposto por cabeça?” 18 - Mas Jesus, conhecendo a iniqüidade deles, disse: “Por que me pondes à prova, hipócritas? 19 - Mostrai-me a moeda do imposto por cabeça.” Trouxeram-lhe um denário. 20 - E ele lhes disse: “De quem é esta imagem e inscrição?” 21 - Disseram: “De César.” Então lhes disse ele: “Portanto, pagai de volta a César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus.” 22 - Ora, quando ouviram [isso], ficaram maravilhados, e, deixando-o, foram embora. Resumindo: assim como Jesus disse “daí a César o que é de César” penso que a recíproca deveria ser verdadeira. Os políticos deveriam dar ao povo o que é do povo. De fato e de direito.
sábado, 13 de setembro de 2025
Conhecimento de causa
Eu sempre digo que conhecimento de causa, honestidade e seriedade são fundamentais para qualquer empreitada na vida.
Trabalhando nas comunidades vejo esse conceito sendo reforçado a todo instante. São tantos os casos e acasos que se eu não tivesse ali concentrado, compenetrado, atento a este processo em constante movimento, que é a vida nas comunidades, a minha canoa já teria virado e bota tempo nisso.
Educação comunitária não é um projeto e sim um processo em constante movimento. Segundo Moaci Alves Carneiro - é da essência da educação comunitária não receber qualquer tipo de influxo externo para a sua concretização. A comunidade, como a natureza, não queima etapas. Educa-se no ritmo próprio de cada dia e na sincronização dos eventos cotidianos, sem acelerações culturais nem atropelos técnicos. Tentar apressar este processo significa intervir, impropriamente, em sua intimidade cultural, procurando-se estabelecer um controle que somente a ela cabe fazer. Ademais, usurpando dos grupos comunitários o direito de escolherem sua própria rota, estas investidas, prenhes de modismo, são quase sempre vazias de um sentido educativo -.
Não posso deixar de registrar o perigo que representa, por exemplo, usarem a educação comunitária como forma inovadora de assistencialismo e promoção social. Segundo Moaci Alves Carneiro no seu livro Educação Comunitária Faces e Reformas “esta percepção explicita-se muito bem nos diversos tipos de campanha empreendidas pelos poderes públicos em setores básicos como saúde, educação, etc. Procura-se curar as doenças sem jamais enfrentar-lhes a etiologia.
No Nordeste, um exemplo muito ilustrativo desta esdrúxula forma terapêutica ocorre com os trabalhadores da seca. O governo distribui algum alimento, porém, nunca aplica o Estatuto da Terra, pelo qual o nordestino faminto poderia produzir seu próprio alimento. É, ainda, o caso das campanhas oficiais para que as populações tomem água fervida, ao mesmo tempo em que descura inteiramente da infra-estrutura de saneamento”.
Importa dizer que o ponto de partida da educação é a própria comunidade, como função global da vida das pessoas. Aqui, tudo é educação, porque tudo é processo cultural. Ora, a cultura é a vida como é vivida. Ou, como afirma Mounier: "Para um ser que se faz e se faz pelo desenvolvimento, tudo é cultura: a construção de uma usina ou a formação de um corpo, a realização de uma conversa ou o manejo do solo".
É por isso que digo que é preciso ter conhecimento de causa, honestidade e seriedade, principalmente no tocante a educação comunitária.
Trabalhando nas comunidades vejo esse conceito sendo reforçado a todo instante. São tantos os casos e acasos que se eu não tivesse ali concentrado, compenetrado, atento a este processo em constante movimento, que é a vida nas comunidades, a minha canoa já teria virado e bota tempo nisso.
Educação comunitária não é um projeto e sim um processo em constante movimento. Segundo Moaci Alves Carneiro - é da essência da educação comunitária não receber qualquer tipo de influxo externo para a sua concretização. A comunidade, como a natureza, não queima etapas. Educa-se no ritmo próprio de cada dia e na sincronização dos eventos cotidianos, sem acelerações culturais nem atropelos técnicos. Tentar apressar este processo significa intervir, impropriamente, em sua intimidade cultural, procurando-se estabelecer um controle que somente a ela cabe fazer. Ademais, usurpando dos grupos comunitários o direito de escolherem sua própria rota, estas investidas, prenhes de modismo, são quase sempre vazias de um sentido educativo -.
Não posso deixar de registrar o perigo que representa, por exemplo, usarem a educação comunitária como forma inovadora de assistencialismo e promoção social. Segundo Moaci Alves Carneiro no seu livro Educação Comunitária Faces e Reformas “esta percepção explicita-se muito bem nos diversos tipos de campanha empreendidas pelos poderes públicos em setores básicos como saúde, educação, etc. Procura-se curar as doenças sem jamais enfrentar-lhes a etiologia.
No Nordeste, um exemplo muito ilustrativo desta esdrúxula forma terapêutica ocorre com os trabalhadores da seca. O governo distribui algum alimento, porém, nunca aplica o Estatuto da Terra, pelo qual o nordestino faminto poderia produzir seu próprio alimento. É, ainda, o caso das campanhas oficiais para que as populações tomem água fervida, ao mesmo tempo em que descura inteiramente da infra-estrutura de saneamento”.
Importa dizer que o ponto de partida da educação é a própria comunidade, como função global da vida das pessoas. Aqui, tudo é educação, porque tudo é processo cultural. Ora, a cultura é a vida como é vivida. Ou, como afirma Mounier: "Para um ser que se faz e se faz pelo desenvolvimento, tudo é cultura: a construção de uma usina ou a formação de um corpo, a realização de uma conversa ou o manejo do solo".
É por isso que digo que é preciso ter conhecimento de causa, honestidade e seriedade, principalmente no tocante a educação comunitária.
sábado, 6 de setembro de 2025
Promessa de candidato não enche barriga
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Da sua ignorância nasce o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, corrupto e lacaio de empresas. (Bertolt Brecht)
Vivemos a era dos velhacos. Falam como anjos e agem como ladrões. São mestres no quesito hipocrisia e virtuosos na arte de matar. Político demagogo então nem se fala. Aliás, o segredo do político demagogo é fingir ser tão estúpido quanto sua platéia, para que ela pense ser tão inteligente quanto ele. Se isso não bastar para reconhecer o tipinho em questão observe a conduta da peça no seu dia-a-dia; um sujeito assim tem dupla moral: uma que prega mas não pratica, outra que pratica mas não prega.
Pior do que a desonestidade é a falsa honestidade. Pessoas assim não se servem do seu pensamento senão para justificar-nos injustiças e não empregam as palavras senão para disfarçar os seus pensamentos. A demagogia é a capacidade de vestir as idéias menores com as palavras maiores; e o leitor sabe muito bem que o sujeito que se disfarça em pessoa bondosa é pior que aquele que é abertamente mesquinho. Esse é mais ou menos o retrato falado desses quem andam por aí presidindo, governando, legislando, chefiando, julgando, pregando, prendendo, matando.
2008 é ano de eleições municipais. Ano que mais uma vez estaremos com a faca e o queijo na mão. Mais uma grande oportunidade que a massa terá para “detonar” os oportunistas de sempre. E atenção! Há três espécies de mentiras: ostensivas, disfarçadas e campanhas eleitorais. A propaganda eleitoral é muito mais mentirosa do que qualquer publicidade comercial. Nunca se mente tanto como antes das eleições ou depois de uma pescaria. Políticos vendem ilusão porque querem induzir o eleitor que, votando nele, poderá transformar a sonhada ilusão em realidade. Olha o exemplo do atual governo - As promessas de ontem foram transformadas nos impostos de hoje. E tem mais: os próprios políticos falam tanto em desigualdade social, certo? Enquanto os políticos ganharem cem vezes mais que seus eleitores, não vamos conseguir diminuir as desigualdades sociais. Não podemos esperar alcançar qualquer espécie de perfeição em uma sociedade que seja dividida em duas partes: os ricos que governam e os pobres que obedecem às suas ordens.
A paz universal só será possível quando a justiça social reinar em todos os países. A melhor forma de governo é a justiça. A melhor justiça é o direito. O melhor direito é a igualdade. Assim disse João Paulo II: “Um dos maiores desafios de hoje é conjugar liberdade e justiça social”. A verdadeira liberdade individual não pode existir sem a segurança e a independência econômica. Homens necessitados não são homens livres. As pessoas mais cruéis do mundo são as indiferentes à injustiça social, à discriminação, à desigualdade, à exploração. A prática da cidadania só adquire sentido se no seu horizonte estiver os direitos de todos, a igualdade perante a lei, a defesa do bem comum.
Resumindo: pense bem antes de depositar o seu voto na urna. Talvez a política seja a única profissão para a qual pensem que não é necessário preparo. Está errado. O candidato tem que estar preparado sim. Procure identificar nele três coisas: seriedade, honestidade e conhecimento de causa. Se faltar uma só dessas três, não importa qual, não vote nesse candidato. Procure outro e outro e outro... O mais importante é que você não deixe de participar, sabe por quê? O maior castigo para aqueles que não gostam de política é saber que um dia serão governados por aqueles que gostam. Participação é a palavra de ordem para as mudanças sociais. Só a ignorância aceita e a indiferença tolera o reinado das mediocridades.
O saudoso Betinho já dizia: “Quando vou votar, penso na história do candidato, nas suas alianças e programas, mas principalmente, na história política dele: o que faz e que partidos, cargos e experiências concretas já teve”. Um bom exemplo a ser seguido, o leitor não acha?
Vivemos a era dos velhacos. Falam como anjos e agem como ladrões. São mestres no quesito hipocrisia e virtuosos na arte de matar. Político demagogo então nem se fala. Aliás, o segredo do político demagogo é fingir ser tão estúpido quanto sua platéia, para que ela pense ser tão inteligente quanto ele. Se isso não bastar para reconhecer o tipinho em questão observe a conduta da peça no seu dia-a-dia; um sujeito assim tem dupla moral: uma que prega mas não pratica, outra que pratica mas não prega.
Pior do que a desonestidade é a falsa honestidade. Pessoas assim não se servem do seu pensamento senão para justificar-nos injustiças e não empregam as palavras senão para disfarçar os seus pensamentos. A demagogia é a capacidade de vestir as idéias menores com as palavras maiores; e o leitor sabe muito bem que o sujeito que se disfarça em pessoa bondosa é pior que aquele que é abertamente mesquinho. Esse é mais ou menos o retrato falado desses quem andam por aí presidindo, governando, legislando, chefiando, julgando, pregando, prendendo, matando.
2008 é ano de eleições municipais. Ano que mais uma vez estaremos com a faca e o queijo na mão. Mais uma grande oportunidade que a massa terá para “detonar” os oportunistas de sempre. E atenção! Há três espécies de mentiras: ostensivas, disfarçadas e campanhas eleitorais. A propaganda eleitoral é muito mais mentirosa do que qualquer publicidade comercial. Nunca se mente tanto como antes das eleições ou depois de uma pescaria. Políticos vendem ilusão porque querem induzir o eleitor que, votando nele, poderá transformar a sonhada ilusão em realidade. Olha o exemplo do atual governo - As promessas de ontem foram transformadas nos impostos de hoje. E tem mais: os próprios políticos falam tanto em desigualdade social, certo? Enquanto os políticos ganharem cem vezes mais que seus eleitores, não vamos conseguir diminuir as desigualdades sociais. Não podemos esperar alcançar qualquer espécie de perfeição em uma sociedade que seja dividida em duas partes: os ricos que governam e os pobres que obedecem às suas ordens.
A paz universal só será possível quando a justiça social reinar em todos os países. A melhor forma de governo é a justiça. A melhor justiça é o direito. O melhor direito é a igualdade. Assim disse João Paulo II: “Um dos maiores desafios de hoje é conjugar liberdade e justiça social”. A verdadeira liberdade individual não pode existir sem a segurança e a independência econômica. Homens necessitados não são homens livres. As pessoas mais cruéis do mundo são as indiferentes à injustiça social, à discriminação, à desigualdade, à exploração. A prática da cidadania só adquire sentido se no seu horizonte estiver os direitos de todos, a igualdade perante a lei, a defesa do bem comum.
Resumindo: pense bem antes de depositar o seu voto na urna. Talvez a política seja a única profissão para a qual pensem que não é necessário preparo. Está errado. O candidato tem que estar preparado sim. Procure identificar nele três coisas: seriedade, honestidade e conhecimento de causa. Se faltar uma só dessas três, não importa qual, não vote nesse candidato. Procure outro e outro e outro... O mais importante é que você não deixe de participar, sabe por quê? O maior castigo para aqueles que não gostam de política é saber que um dia serão governados por aqueles que gostam. Participação é a palavra de ordem para as mudanças sociais. Só a ignorância aceita e a indiferença tolera o reinado das mediocridades.
O saudoso Betinho já dizia: “Quando vou votar, penso na história do candidato, nas suas alianças e programas, mas principalmente, na história política dele: o que faz e que partidos, cargos e experiências concretas já teve”. Um bom exemplo a ser seguido, o leitor não acha?
Huayrãn Ribeiro
Assinar:
Comentários (Atom)




