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terça-feira, 17 de abril de 2007

O novo namorado da Lalá

Esse trabalho pelas comunidades é uma coisa sensacional. Você só vai perceber bem depois que acumula algumas boas experiências. São muitos casos, fatos e pessoas curiosas. Figuras estranhas, engraçadas, dramáticas. Tem de tudo um pouco, ou melhor, tem de tudo e muito.
Eu gostaria de na medida do possível apresentar alguns desses tipos que já cruzaram pelo meu caminho. Evidentemente que em algumas situações usarei um nome fictício para evitar maiores problemas.
Em muitas dessas figuras eu confesso que tive dificuldades para defini-las, traduzi-las. Tive que recorrer aos nossos especialistas de plantão para me ajudar nessa empreitada como é o caso do namorado de uma conhecida que vou chamar de Lalá.
Um belo dia Lalá me ligou entusiasmada com o novo namorado. Queria que queria me apresentar, pois ela estava muito feliz. Eu respondi que estava tudo bem que poderíamos nos encontrar qualquer dia para um bate-papo e coisa e tal.
Num desses sábados de verão, aquele calorão, quando eu depois de muito andar resolvi dar uma parada e beber alguma coisa bem gelada. Encontrei um barzinho em Santa Cruz da Serra e derrepente quando eu olho para uma mesa enfrente lá estavam Lalá e um sujeito pálido de óculos.
Depois dos tradicionais cumprimentos ela me apresentou o tal sujeito, era o novo namorado, juntamos as mesas e tome conversa.
Eu fiquei um pouco surpreso logo de cara com aparência do homem (vou chamar de Tom): calça de tergal (cor de vinho) com preguinha, camisa social (amarela) de manga curta e sapato mocassim com bolotinhas de borracha na sola, sem meia.
Durante a conversa ele contou que passou a adolescência trancado num quarto estudando matemática e montando kits de tele jogo que na época eram vendidos em bancas de jornal. Disse também que conhece toda a evolução dos videogames e que lá no fundo é um metaleiro enrustido e ainda ouve Iron Maiden e tem tesão em meninas branquinhas, gordinhas, com tatuagem e percing (Lalá é bem isso aí).
Falando em Lalá – penso que ela se apaixonou por essa figura porque ele é o oposto do seu padrasto: um sujeito que ronca a noite inteira (alto) e que quando acorda a primeira coisa que faz é acender um cigarro. Tem aquela barriga de chope. Coça o saco na frente de todo mundo. Não toma muitos banhos. Come que nem um condenado (sempre com muita pimenta apesar das hemorróidas), depois toma sal de frutas e fica arrotando. Volta do futebol todo suado e cai na cama. Está sempre mal humorado. Se está tudo bem ele dá uma bronca. Se alguma coisa não o agrada dá uma bronca. Só sabe mandar, não sabe pedir.
Quem sofre mesmo é a mãe de Lalá que vive se queixando que o maridão (no fundo) tem pouquíssimo apetite sexual. Quando esta a fim, tem uma ejaculação precoce ou simplesmente brocha.
Claro que o Tom é muito diferente. O Tom gosta de cinema e tem a sua própria videoteca.
O Tom também é diferente de um outro namorado da Lalá que eu infelizmente tive o desprazer de conhecer.
O sujeito era hipocondríaco – acordava media a pressão e a temperatura ainda na cama, metia o pé no chinelo para não arriscar um choque térmico e ia pro banheiro examinar a garganta. Quando andava pela rua se deitava na calçada, como precaução, porque poderia sentir uma vertigem, desmaiar e ter um traumatismo craniano. Tinha remédios para todos os males, em casa, no bolso e no trabalho. Seu plano de saúde cobria internações, porque nada se comparava ao prazer de se internar para fazer um simples exame de fezes. Era solidário a todos os sintomas de doenças do­s outros.
Baseado em tudo isso, claro que o Tom é bem diferente e muito natural que Lalá se apaixonasse por ele.
Palavra dos especialistas

Mas cá entre nós, as previsões para a nossa Lalá não são nada boas.
Segundo os meus especialistas de plantão, este Tom é do tipo que nunca namora e demora para casar: fica noivo e quando o noivado termina arruma outra noiva. Se essas previsões se confirmarem, coitada da Lalá.

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