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sábado, 11 de outubro de 2025

Ainda bem que o Campinarte não é uma unanimidade


Setembro é um mês pra lá de especial para o Campinarte Dicas e Fatos. É o mês de aniversário do nosso informativo que foi fundado exatamente no dia 27/09, o ano era 1996.
Nessa data [baseado numa pesquisa realizada em Nova Campinas] chegamos à conclusão que o conjunto carecia de um guia comercial e foi o que fizemos – lançamos o Campinarte Dá a Dica – o primeiro guia comercial de Nova Campinas.
Bem... de lá pra cá tantas coisas aconteceram: em 1997 o nosso guia passa a ser publicado no formato tablóide; em Outubro desse mesmo ano passa a se chamar Campinarte Dicas e Fatos e a partir daí foi passando por todas as etapas que um informativo comunitário tem que passar para conquistar o mais difícil de todos os públicos: o povão de sua própria terra.
Dizem que ninguém é profeta em sua própria terra, dizem também que toda regra tem a sua exceção e o Campinarte [que felizmente não é uma unanimidade] contrariou todos esses ditos populares e conquistou um universo de leitores dentro do conjunto. Isso nos deu confiança para seguir em frente e cá estamos... entrando no décimo quarto ano trabalhando para que o nosso informativo seja igualzinho aos bons, um informativo no mínimo útil.
O Campinarte se orgulha de ter se transformado num produto que vai além de uma simples marca, conseguimos imprimir um conceito...
O Campinarte está aberto a todos os segmentos comunitários...
O Campinarte se orgulha de não receber subvenção de nenhuma prefeitura ou governo estadual e muito menos do governo federal...
O Campinarte não é uma ONG, associação ou fundação...
O Campinarte não é bancado por nenhuma denominação religiosa...
O Campinarte não é bancado por nenhum partido político, milícia ou traficantes...
O Campinarte não tem se quer agenciadores ou vendedores de anúncios espalhados por aí – se por um acaso aparecer alguém querendo se passar por agenciador do Campinarte chame a polícia...
O Campinarte circula graças a um grupo de colaboradores que também não tem nenhum vinculo contratual... são pessoas [físicas ou jurídicas] que contribuem espontaneamente porque reconhecem a importância de um veículo como o Campinarte para as comunidades.
O Campinarte Dicas e Fatos é grato, sim, a esses colaboradores que conheceram e reconheceram a importância da educação comunitária através da informação.
A todos vocês que colaboram [direta ou indiretamente] com o nosso informativo, no dia 27 de Setembro, vamos cantar em alto e bom som: “Parabéns para o Campinarte / Nessa data querida / Muitas felicidades / Muitos anos de vida!

sábado, 4 de outubro de 2025

Obrigado por tudo - Gabriel Henrique de Lima


Quantos fizeram tanto e nunca receberam o verdadeiro reconhecimento? Quantos fizeram tanto e nunca tiveram o mínimo de reconhecimento? Você (por acaso) já parou para pensar que essas pessoas maravilhosas esquecidas pela história no fundo só queriam ouvir um MUITO OBRIGADO? Bastaria um simples OBRIGADO POR TUDO!
Dizem que nunca é tarde para se corrigir um erro. O objetivo dessa seção é pinçar aquele personagem a quem todos ficamos devendo o justo reconhecimento pelos serviços prestados.
É com muita honra que o Campinarte Dicas e Fatos diz, OBRIGADO POR TUDO, a Gabriel Henrique de Lima.

Gabriel Henrique de Lima - Nasceu em 22 de Setembro de 1930 na cidade de Angicos no Rio Grande do Norte e faleceu no dia 21 de Setembro de 2002 em Duque de Caxias, RJ.
Filho de Henrique de Lima e de Maria Alice da Conceição os quais perdeu muito cedo. Gabriel tinha mais quatro irmãos, mas com a morte dos pais acabaram se dispersando.
Gabriel, até os 18 anos foi criado pelo padrinho Aluísio Alves. Mas, antes, ainda com 14 anos, trabalhou na Tribuna do Norte e a partir daí em várias outras gráficas.
Gabriel de Lima aos 18 anos muda-se para o Rio de Janeiro indo morar numa pensão no bairro de Olaria.
O tempo foi passando e em 1957 era tipógrafo da Tribuna da Imprensa e do Diário de Notícias.
Em 1958 casou-se com Maria do Carmo e teve seis filhos. Formou-se em publicidade pela Associação Fluminense de Jornalistas e logo em seguida começa a trabalhar em vários jornais do Rio de Janeiro: Jornal do Brasil, O Globo, O Dia, O Balcão, etc.
Em 1985 mudou-se para Nova Campinas em Duque de Caxias. Naquela época o conjunto era carente de muitas providências básicas: transporte, iluminação, comércio, educação, enfim, toda uma base para que aquela imensa população tivesse o mínimo de conforto. É justamente nessa fase que a participação de Gabriel de Lima tem que ser louvada - a sua participação foi bastante ativa na busca de melhorias para o conjunto e Gabriel usava de todas as armas que dispunha para cobrar das autoridades mais rapidez e principalmente mais eficiência. Gabriel realmente não poupava esforços e usava a sua influência nos jornais que trabalhava para através de artigos, crônicas e críticas, denunciar aqueles que atravancavam a vida do povo de Nova Campinas.
Gabriel Henrique de Lima foi mais um exemplo de trabalhador que largou a sua terra natal para arriscar a sorte numa cidade grande. Podemos dizer que foi um vencedor. Gabriel era movido pela mesma emoção que sempre moveu os grandes idealistas. Para relatar todos os seus esforços e todos os seus feitos precisaríamos de muito mais espaço. Este é só o pontapé inicial, em breve voltaremos a falar sobre este verdadeiro agente comunitário, Gabriel Henrique de Lima.
Para encerrar fica aqui uma sugestão do Campinarte: que seja criada em Nova Campinas uma Biblioteca ou uma Sala de Leitura que leve o nome daquele a quem todos nesse momento dizemos esse Obrigado por tudo – Gabriel Henrique de Lima.

sábado, 27 de setembro de 2025

Modificar o meu modo de pensar

Se eu não quiser ficar doente ou se por um acaso eu já não estiver me sentido bem, a única coisa que eu vou precisar fazer é modificar o meu modo de pensar. Tenho que parar de queixar-me de doenças e outras coisas que por ventura possam vir a me fazer mal. Esse possível mal-estar pode ser agravado pela minha emissão mental negativa. Pensamentos negativos agravam qualquer doença, qualquer mal-estar, por menor que seja. Eu posso curar-me expulsando o baixo astral repousando a minha mente em coisas úteis e saudáveis. Preciso ter a mente quieta. A menta agitada não pode pensar direito. O cérebro cansado turva o pensamento. E o pensamento é a maior força criadora da face da TERRA.
O que eu não posso permitir que povoe a minha mente são sugestões de desânimo. Sempre existe uma saída para qualquer problema, por mais complexo e difícil que pareça. Todo problema tem solução e a solução está dentro do problema.
Se eu não quiser ficar doente ou se por um acaso eu já não estiver me sentido bem, a única coisa que eu vou precisar fazer é modificar o meu modo de pensar. Isso implica em não ficar ansioso e preocupado para não atrair moléstias. A ansiedade é um fator bioquímico, que influencia as secreções glandulares, produzindo demasiada adrenalina, que estimula em exagero o sistema nervoso. O nervosismo prejudica fundamentalmente a saúde.
A menta agitada não pode pensar direito. E o pensamento é a maior força criadora da face da TERRA. A única coisa que eu vou precisar fazer é modificar o meu modo de pensar.

sábado, 20 de setembro de 2025

Dai ao povo o que é do povo

Hipócrita é alguém que finge ser o que não é; alguém cujas ações não se harmonizam com as suas palavras. A palavra grega traduzida “hipócrita” (hy·po·kri·tés) significa “alguém que responde”, bem como um ator teatral. Os atores gregos e romanos utilizavam grandes máscaras com dispositivos mecânicos para amplificar a voz. Por isso, a palavra grega hy·po·kri·tés passou a ser usada em sentido metafórico para se aplicar a alguém que finge ou que se dá uma falsa aparência. Agora compare o discurso e a postura (perante o público) de alguns políticos. Não é exatamente isso? Não é assim que eles agem? No palanque eles são uma coisa, mas por detrás dos panos suas práticas são muito diferentes.Um exemplo clássico de hipocrisia está em Mt 22:15-22: 15 - Os fariseus foram então embora e realizaram uma consulta entre si para o enlaçarem na sua palavra. 16 - Mandaram-lhe por isso discípulos seus, junto com partidários de Herodes, dizendo: “Instrutor, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus em verdade, e que não te importas com ninguém, pois não olhas para a aparência externa dos homens. 17 - Dize-nos, portanto: Que pensas? É lícito ou não pagar a César o imposto por cabeça?” 18 - Mas Jesus, conhecendo a iniqüidade deles, disse: “Por que me pondes à prova, hipócritas? 19 - Mostrai-me a moeda do imposto por cabeça.” Trouxeram-lhe um denário. 20 - E ele lhes disse: “De quem é esta imagem e inscrição?” 21 - Disseram: “De César.” Então lhes disse ele: “Portanto, pagai de volta a César as coisas de César, mas a Deus as coisas de Deus.” 22 - Ora, quando ouviram [isso], ficaram maravilhados, e, deixando-o, foram embora. Resumindo: assim como Jesus disse “daí a César o que é de César” penso que a recíproca deveria ser verdadeira. Os políticos deveriam dar ao povo o que é do povo. De fato e de direito.

sábado, 13 de setembro de 2025

Conhecimento de causa

Eu sempre digo que conhecimento de causa, honestidade e seriedade são fundamentais para qualquer empreitada na vida.
Trabalhando nas comunidades vejo esse conceito sendo reforçado a todo instante. São tantos os casos e acasos que se eu não tivesse ali concentrado, compenetrado, atento a este processo em constante movimento, que é a vida nas comunidades, a minha canoa já teria virado e bota tempo nisso.
Educação comunitária não é um projeto e sim um processo em constante movimento. Segundo Moaci Alves Carneiro - é da essência da educação comunitária não receber qualquer tipo de influxo externo para a sua concretização. A comunidade, como a natureza, não queima etapas. Educa-se no ritmo próprio de cada dia e na sincronização dos eventos cotidianos, sem acelerações culturais nem atropelos técnicos. Tentar apressar este processo significa intervir, impropriamente, em sua intimidade cultural, procurando-se estabelecer um controle que somente a ela cabe fazer. Ademais, usurpando dos grupos comunitários o direito de escolherem sua própria rota, estas investidas, prenhes de modismo, são quase sempre vazias de um sentido educativo -.
Não posso deixar de registrar o perigo que representa, por exemplo, usarem a educação comunitária como forma inovadora de assistencialismo e promoção social. Segundo Moaci Alves Carneiro no seu livro Educação Comunitária Faces e Reformas “esta percepção explicita-se muito bem nos diversos tipos de campanha empreendidas pelos poderes públicos em setores básicos como saúde, educação, etc. Procura-se curar as doenças sem jamais enfrentar-lhes a etiologia.
No Nordeste, um exemplo muito ilustrativo desta esdrúxula forma terapêutica ocorre com os trabalhadores da seca. O governo distribui algum alimento, porém, nunca aplica o Estatuto da Terra, pelo qual o nordestino faminto poderia produzir seu próprio alimento. É, ainda, o caso das campanhas oficiais para que as populações tomem água fervida, ao mesmo tempo em que descura inteiramente da infra-estrutura de saneamento”.
Importa dizer que o ponto de partida da educação é a própria comunidade, como função global da vida das pessoas. Aqui, tudo é educação, porque tudo é processo cultural. Ora, a cultura é a vida como é vivida. Ou, como afirma Mounier: "Para um ser que se faz e se faz pelo desenvolvimento, tudo é cultura: a construção de uma usina ou a formação de um corpo, a realização de uma conversa ou o manejo do solo".
É por isso que digo que é preciso ter conhecimento de causa, honestidade e seriedade, principalmente no tocante a educação comunitária.

sábado, 6 de setembro de 2025

Promessa de candidato não enche barriga

O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Da sua ignorância nasce o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, corrupto e lacaio de empresas. (Bertolt Brecht)
Vivemos a era dos velhacos. Falam como anjos e agem como ladrões. São mestres no quesito hipocrisia e virtuosos na arte de matar. Político demagogo então nem se fala. Aliás, o segredo do político demagogo é fingir ser tão estúpido quanto sua platéia, para que ela pense ser tão inteligente quanto ele. Se isso não bastar para reconhecer o tipinho em questão observe a conduta da peça no seu dia-a-dia; um sujeito assim tem dupla moral: uma que prega mas não pratica, outra que pratica mas não prega.
Pior do que a desonestidade é a falsa honestidade. Pessoas assim não se servem do seu pensamento senão para justificar-nos injustiças e não empregam as palavras senão para disfarçar os seus pensamentos. A demagogia é a capacidade de vestir as idéias menores com as palavras maiores; e o leitor sabe muito bem que o sujeito que se disfarça em pessoa bondosa é pior que aquele que é abertamente mesquinho. Esse é mais ou menos o retrato falado desses quem andam por aí presidindo, governando, legislando, chefiando, julgando, pregando, prendendo, matando.
2008 é ano de eleições municipais. Ano que mais uma vez estaremos com a faca e o queijo na mão. Mais uma grande oportunidade que a massa terá para “detonar” os oportunistas de sempre. E atenção! Há três espécies de mentiras: ostensivas, disfarçadas e campanhas eleitorais. A propaganda eleitoral é muito mais mentirosa do que qualquer publicidade comercial. Nunca se mente tanto como antes das eleições ou depois de uma pescaria. Políticos vendem ilusão porque querem induzir o eleitor que, votando nele, poderá transformar a sonhada ilusão em realidade. Olha o exemplo do atual governo - As promessas de ontem foram transformadas nos impostos de hoje. E tem mais: os próprios políticos falam tanto em desigualdade social, certo? Enquanto os políticos ganharem cem vezes mais que seus eleitores, não vamos conseguir diminuir as desigualdades sociais. Não podemos esperar alcançar qualquer espécie de perfeição em uma sociedade que seja dividida em duas partes: os ricos que governam e os pobres que obedecem às suas ordens.
A paz universal só será possível quando a justiça social reinar em todos os países. A melhor forma de governo é a justiça. A melhor justiça é o direito. O melhor direito é a igualdade. Assim disse João Paulo II: “Um dos maiores desafios de hoje é conjugar liberdade e justiça social”. A verdadeira liberdade individual não pode existir sem a segurança e a independência econômica. Homens necessitados não são homens livres. As pessoas mais cruéis do mundo são as indiferentes à injustiça social, à discriminação, à desigualdade, à exploração. A prática da cidadania só adquire sentido se no seu horizonte estiver os direitos de todos, a igualdade perante a lei, a defesa do bem comum.
Resumindo: pense bem antes de depositar o seu voto na urna. Talvez a política seja a única profissão para a qual pensem que não é necessário preparo. Está errado. O candidato tem que estar preparado sim. Procure identificar nele três coisas: seriedade, honestidade e conhecimento de causa. Se faltar uma só dessas três, não importa qual, não vote nesse candidato. Procure outro e outro e outro... O mais importante é que você não deixe de participar, sabe por quê? O maior castigo para aqueles que não gostam de política é saber que um dia serão governados por aqueles que gostam. Participação é a palavra de ordem para as mudanças sociais. Só a ignorância aceita e a indiferença tolera o reinado das mediocridades.
O saudoso Betinho já dizia: “Quando vou votar, penso na história do candidato, nas suas alianças e programas, mas principalmente, na história política dele: o que faz e que partidos, cargos e experiências concretas já teve”. Um bom exemplo a ser seguido, o leitor não acha?
Huayrãn Ribeiro

sábado, 30 de agosto de 2025

Dinheiro, poder e fama / Huayrãn Ribeiro

Certa vez ouvi dizer que o homem que venera outro homem, por esse outro (supostamente) ter alcançado a realidade, está, em verdade, rendendo culto à autoridade e, por conseguinte, nunca encontrará a verdade. Digo isso porque a todo o momento vejo pessoas - digamos não muito bem intencionadas -, tentando se aproveitar da boa fé de homens, mulheres e principalmente de muitos jovens despreparados. Verdadeiros malandros travestidos de religiosos com um vocabulário característico, frases feitas, versículos bíblicos decorados para cada ocasião, trajes típicos, passando a idéia que são os enviados do céu, foram os escolhidos para conduzir essa pobre gente, o povo de Deus, a terra prometida.
Hoje em dia todo mundo diz que é evangélico, todo mundo é crente, todo mundo é cristão. Na verdade o que aconteceu foi o seguinte: descobriram o mapa da mina e agora todo mundo quer uma fatia desse bolo.
Vamos por parte: dizem que a crença em Deus é poderoso incentivo para uma vida melhor. Ora, por certo, o nosso incentivo para uma vida melhor é o próprio desejo de viver com pureza e simplicidade. Se conferimos tanta importância ao incentivo, não estamos interessados em tornar a vida possível para todos.
Antes de continuar: quero que fique bem claro para o amigo leitor que eu não nego Deus; seria absurdo fazê-lo. O que eu quero dizer é que a crença é negação da verdade, a crença é um obstáculo à verdade; crer em Deus não é achar a Deus. Nem o crente nem o descrente acharão a Deus. Por que a realidade é o desconhecido, e a nossa crença ou descrença do desconhecido é simples autoprojeção, e por conseguinte não é real. Nós cremos porque isso nos dá satisfação, consolo, esperança e dizemos que estas coisas dão sentido à vida. Na realidade, nossa crença tem muito pouca significação, porque cremos e exploramos, cremos e matamos, cremos em um Deus universal e nos assassinamos mutuamente. O rico crê em Deus; explora impiedosamente, acumula dinheiro, e depois manda reformar ou construir uma igreja e fica tudo 0X0 (para os homens).
Os homens que lançaram a bomba atômica sobre Hiroxima disseram que Deus os acompanhava; os que voavam da Inglaterra para destruir a Alemanha, diziam que Deus era seu co-piloto. Os ditadores, os primeiros ministros, os generais, os presidentes, todos falam de Deus e têm fé imensa em Deus. Estão prestando algum serviço tornando melhor a vida do homem? As mesmas pessoas que dizem crer em Deus devastaram a metade do mundo, e o deixaram em completa miséria. A intolerância religiosa, dividindo os homens em fiéis e infiéis, conduz a guerras religiosas. A crença separa os homens. Será possível unir certo número de pessoas em um grupo, mas este grupo se oporá a outro grupo. Idéias e crenças nunca são unificadoras, ao contrário, são fatores de desavença, desintegração e ruína. A maior prova disso é o próprio segmento evangélico. Essa crença em Deus, só está, na verdade, espalhando mais miséria pelo mundo. É uma crença sem eficácia. Se essa crença em Deus, se isso fosse uma experiência real, os seus semblantes irradiariam afeto, e não estariam se destruindo e destruindo a seus irmãos.
Resumo da ópera: Deus se manifesta de momento a momento, e isso só pode acontecer num estado de liberdade e espontaneidade, e não quando a mente foi disciplinada, de acordo com um padrão. Deus não é produto da mente, não é resultado de autoprojeção; só pode surgir quando há virtude, que é liberdade. Virtude é enfrentar o fato, o que é. E enfrentar o fato é um estado de bem-aventurança. Só quando a mente está repleta de felicidade, tranqüila, imóvel, sem nenhuma projeção de pensamentos, consciente ou inconsciente – só então se manifesta o ETERNO. (palavras de Krishnamurti) 
Ouvi também uma outra coisa curiosa: “este meio evangélico mais parece uma feijoada, tem de tudo um pouco”. É verdade. O que tem por aí de denominações chega a ser um absurdo, os nomes, “doutrinas”, cada um mais estranho do que o outro. Cuidado com os malandros travestidos de religiosos com aquele vocabulário característico, frases feitas, versículos bíblicos decorados para cada ocasião, trajes típicos, passando a idéia que são os enviados do céu. Eles falam em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas o pensamento deles está voltado para o dinheiro, poder e fama.

sábado, 23 de agosto de 2025

O trabalho é bom


Aqui e ali pelas comunidades uma das coisas que eu mais testemunho é a desvalorização do trabalhador e consequentemente da sua mão de obra. O próprio trabalhador se sente desestimulado quando se depara com notícias de parlamentares que ganham uma fortuna e nem se quer comparecem ao local de trabalho, isso em todas as esferas governamentais. O leitor pode pensar: mas isso não é desculpa. Eu concordo. Só que quem deveria dar bons exemplos faz justamente o contrário, na prática, fica muito difícil para qualquer um se sentir estimulado a trabalhar e a produzir com satisfação e alegria. Para demonstrar essa insatisfação com o trabalho, operários promovem protestos e muitas greves. Esses trabalhadores não só se preocupam com o ordenado, mas também com as horas e as condições de trabalho. Isso acontece porque aqueles que deveriam trabalhar para que a situação não chegasse a esse ponto simplesmente cruzam os braços e não querem saber de nada. Os trabalhadores, com muita justiça, passam a achar que a vida ideal seria num mundo livre de labuta. Poucos passam a considerar o trabalho como bênção ou dádiva de Deus. Talvez seja por isso que a classe política trabalhe tão pouco. Por considerar o trabalho uma maldição.
O trabalhador tem que ser valorizado. A mão de obra tem que ser valorizada. Precisamos estimular desde cedo nossos jovens a encarar o trabalho como uma dádiva e não como um castigo. O que tem que ser alvo de severas críticas é o relaxamento, a indolência e a preguiça como modo de vida. E quanto a esses políticos preguiçosos – “vão ter com a formiga para ver os seus caminhos e tornarem-se sábios”.

sábado, 16 de agosto de 2025

Coisa de criança... Cadê? Cadê? / Huayrãn Ribeiro

Seu vereador... Seu prefeito... Seu deputado... Seu governador... Seu senador... Seu presidente...
Cadê o dinheiro que seria gasto no saneamento básico?
Foi gasto na campanha eleitoral, menino!
Cadê o dinheiro que seria gasto na saúde?
Foi gasto na campanha eleitoral, menino!
Cadê o dinheiro que seria gasto na educação?
Foi gasto na campanha eleitoral, menino!
Cadê o dinheiro que seria gasto nas contenções de encostas?
Foi gasto na campanha Eleitoral, menino!
Cadê o dinheiro que seria gasto na prevenção das enchentes?
Foi gasto na campanha Eleitoraaaal, menino!
Cadê o dinheiro que seria gasto com a limpeza e dragagem dos rios?
Foi gasto na campanha Eleitoraaaaal, menino!
Cadê a estrada que passava aqui?
Foi encoberta pelo rio, menino!
E a casa que ficava ali?
Está debaixo d’água, menino!



Seu vereador... Seu prefeito... Seu deputado... Seu governador... Seu senador... Seu presidente... E a família que morava nela?



Que garoto chato! Faz cada pergunta... Eu sei lá...!

sábado, 9 de agosto de 2025

Boquinha suja

Para muitos é inquietante a idéia de estarem travando uma batalha perdida para preservar a civilidade. A crescente aceitação do uso de palavrões é o que torna mais evidente essa realidade. O uso de palavrões é tão comum que muitos jovens o encaram como normal, e grande parte dos adultos parece não notar nem ligar. Crianças de apenas um ano já usam palavras obscenas — assim que conseguem assimilar o vocabulário dos pais e da televisão. Um estudo revela que “cerca de 10% do vocabulário de um adulto no local de trabalho, e 13% nas horas de lazer, são palavrões”. Outra estatística citada no artigo mostra que o uso de palavrões aumentou 500% nos programas de televisão”.
É comum ouvir palavrões em muitos locais de trabalho. Alguns especialistas sustentam que esse linguajar torna o ambiente mais estressante para os funcionários. O uso de linguagem de baixo calão para expressar crítica negativa pode ter um efeito prejudicial na produtividade, na auto-estima e na saúde do funcionário. Em geral a tendência é usar a linguagem que o patrão usa. Se os palavrões no emprego o incomodam, comece abordando a pessoa que estiver passando dos limites e lhe peça com muita educação que não use esse tipo de linguagem na sua presença.Do ponto de vista de pais e educadores, a utilização de impropérios em programas de televisão é totalmente inaceitável. A emissora parte do pressuposto equivocado de que goza da intimidade dos telespectadores e, por isso, pode entrar em suas casas disparando as maiores barbaridades. Embora programas de entretenimento possam ser informais, com um pouco de imaginação pode-se evitar a linguagem suja. Se a intenção é produzir cenas realistas, [os palavrões poderiam] ser facilmente [substituídos] por outros recursos dramáticos.