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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Na Trilha da História: Livro aborda detalhes do casamento da princesa Isabel | Radioagência Nacional


Isabela Azevedo
Olá! Eu sou a Isabela Azevedo e está começando o Na Trilha da História! Hoje, vamos revelar detalhes da relação entre a princesa Isabel e o marido dela, o Conde D'Eu. Quem vai nos ajudar é Mary Del Priore, autora do livro "O Castelo de Papel", que aborda exatamente esse assunto. A historiadora revela a preocupação do imperador Dom Pedro II em arrajar pretendentes para as duas filhas: Isabel e Leopoldina.

Sonora: "Desde que a Isabel faz 14 anos, o Dom Pedro II tá escrevendo cartinhas para várias cortes europeias, e sobretudo para o cunhado dele, o príncipe de Joinville, pedindo pelo amor de Deus para arranjar um noivo pras meninas. Não podiam ficar solteironas, tinham que casar e garantir, inclusive a sucessão do trono"

Mas a missão dada por Dom Pedro II ao cunhado não era muito fácil, não.

Sonora: "O coitado do príncipe de Joinville vira para um lado, vira para o outro, mas a verdade é que ninguém, meus caros ouvintes, queria vir para este fim de mundo! A escravidão era uma vergonha, não havia nada, então ele vai procurar nas casas pobres da Europa."

E dessas casas pobres da Europa surgiu o pretendente: Gastão de Orleáns, o Conde D'Eu. O francês havia sido criado para ser um herói militar.

Sonora: "O coitadinho do nosso Gastão vai servir no exército espanhol e é quando ele volta dessas experiências militares que o pai dele diz: tem uma princesa lá no fim do mundo, você quer se casar com ela?"

Os dois se casaram em 1864 e tiveram três filhos. Mais que princesa, Isabel gostava mesmo era de ser mãe e esposa.

Sonora: "A princesa Isabel é criada em um ambiente extremamente católico. Ao contrário do que se possa imaginar, nós já vamos ter nesse século XIX mulheres que buscam uma certa emancipação - coisa que a Isabel não fará. Ela ficará sempre nesse modelo de mãe piedosa, de mulher apaixonada, de dona de casa, de anjo do lar... e essas qualidades todas, muito felizes para a vida privada, vão acabar por impactar a vida pública."

Na dinâmica do casal, o Conde D'Eu torna-se um mentor da princesa Isabel. Ensina, inclusive, para que serve o ciclo menstrual da mulher.

Sonora: "As mulheres nessa época não podiam falar de sexo e mais: elas não podiam saber nada sobre sexo. Isso porque os papeis de gênero eram muito definidos. O papel do homem era ensinar. Ele tinha que ser não apenas o provedor, o rei do lar, mas também uma espécie de professor da sexualidade feminina. Por exemplo, quando ela menstrua, ela pergunta para ele qual é a relação entre da menstruação com a gravidez. Ela não sabe nada!"

E a política, Mary?

Sonora: "Eu nunca vi alguém dizer tanto que não queria o poder. estar regente era algo que ela detestava. Então ela dava muito título, fazia muita caridade... Então a gente vê que o engajamento da princesa Isabel com a vida política era realmente nulo."

Como filha mais velha de Dom Pedro II, Isabel era a herdeira do trono brasileiro. Durante o reinado do pai, chegou a assumir o trono como princesa regente por três vezes. Na última oportunidade, assinou a Lei Áurea, que determinou o fim da escravidão no Brasil. Mas ao contrário do que alguns livros ditáticos possam transparecer, Isabel não tinha nada, ou quase nada, de abolicionista.

Sonora: "Nesse momento, já vem uma enorme comissão de deputados e senadores paulistas para o Rio de Janeiro para exigir a abolição. Então quando o Senado vota a abolição, eu diria que a abolição já estava feita! Quer dizer, ela não se engaja!."

E o Na Trilha da História fica por aqui! Esta foi a versão reduzida do programa. O episódio completo é transmitido aos domingos, às 11 da noite, na Rádio Nacional de Brasília em rede com a Nacional da Amazônia. Na Nacional do Rio de Janeiro, o programa passa aos domingos, às oito horas da manhã. E na MEC AM do Rio, aos sábados, às cinco da tarde. O áudio também fica na internet: em radios.ebc.com.br/natrilhadahistoria. Até semana que vem pessoal!

Na Trilha da História: Apresenta temas da história do Brasil e do mundo de forma descontraída, privilegiando a participação de pesquisadores e testemunhas de importantes acontecimentos. Os episódios são marcados por curiosidades raramente ensinadas em sala de aula. É publicado semanalmente.

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