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domingo, 6 de abril de 2014

Quatro anos após tragédia, moradores do Bumba cobram casas populares

Rio de Janeiro - Após quatro anos da tragédia no Morro do Bumba, em Niterói, sobreviventes se reuniram hoje para lembrar as vítimas e cobrar a construção de moradias para os desalojados (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Após quatro anos da tragédia no Morro do Bumba, em Niterói, sobreviventes se reuniram para lembrar as vítimas e cobrar a construção de moradias para os desalojados
Fernando Frazão/Agência Brasil
Passados quatro anos da tragédia que vitimou dezenas de famílias no Morro do Bumba, em Niterói, que veio abaixo depois de fortes chuvas, sobreviventes se reuniram hoje (6) para lembrar as vítimas e cobrar a construção de moradias para os desalojados. Na praça erguida aos pés do morro, em luto, famílias com crianças pediram prioridade na divisão das casas populares. Também denunciaram problemas estruturais nos imóveis do Minha Casa, Minha Vida, que já foram entregues pela Caixa Econômica Federal.
A diarista Leandra Maria de Oliveira deixou sua casa na noite da tragédia, em 2010. Morou em um alojamento do Exército até janeiro deste ano e diz que não desistirá da casa própria. “Não queremos ficar no aluguel social. Queremos nossa casa. Afinal de contas, todo mundo aqui tinha uma casa antes disso acontecer”, disse. Com cinco filhos entre 5 e 19 anos, Leandra só conseguiu alugar uma casa em janeiro. Ela complementa o aluguel social do governo do estado com a quantia que a prefeitura passou a pagar para esvaziar o alojamento.
A antiga moradora do Bumba, Marta da Silva, que mora com cinco netos, também está na fila por uma casa própria. Ela fiscaliza dia a dia cada avanço nas obras do Conjunto Habitacional Zilda Arns, do Programa Minha Casa, Minha Vida, que deveria ter ficado pronto há cerca de um ano. Dois dos nove prédios do conjunto precisaram ser demolidos por problemas na fundação e ainda não foram reconstruídos. A Caixa Econômica prevê a entrega definitiva no fim de 2014.
“Eu, minha filha – que não recebe aluguel social porque na época morava comigo– e meus netos moramos em uma área de risco aqui perto. Cada vez que chove é um desespero, a gente não dorme, passa a noite vigiando”, disse. Marta quer saber porque ficou de fora dos critérios de divisão de imóveis e cobra agilidade da prefeitura. "Recebo o aluguel social de R$ 400 e não encontro lugar seguro para ficar”, revelou.
O presidente da Associação de Vítimas do Morro do Bumba, Francisco Carlos Ferreira, diz que mesmo aqueles moradores que já receberam casas novas, como é o seu caso, têm problemas com a Caixa Econômica. “Dois anos se passaram [da entrega] e já estamos fazendo reparos nas rachaduras internas e externas nos cinco prédios”, disse. Os apartamentos do conjunto em Viçoso Jardim, que aloja 180 famílias do morro a poucos metros do local da tragédia, tem rachaduras e infiltrações.
Os moradores do Bumba, morro erguido sob um antigo lixão, também querem indenizações pela tragédia. Segundo o presidente da associação, o Estado foi omisso ao permitir e incentivar, com a construção de infraestrutura, a ocupação do morro por cerca de 1,7 mil pessoas. Pelo menos 50 pessoas morreram nos deslizamentos e sete estão desaparecidas até hoje.

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