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domingo, 29 de dezembro de 2013

LITERATURA / Estilística da língua, de Bakhtin, chega ao Brasil

Lançado no final de novembro pela editora 34, o ensaio “Questões de estilística no ensino da língua” é uma obra única na produção do teórico da língua e da literatura russas Mikhail Bakhtin.
Produto de sua experiência como professor em duas escolas no interior da Rússia entre 1937 e 1945, a obra traz um método de ensino voltado ao “processo de nascimento da individualidade linguística” dos alunos, focado em uma única construção gramatical, o período composto por subordinação sem conjunção.
Segundo o linguista Carlos Alberto Faraco, que escreveu a apresentação do livro, “é um texto em que o foco do autor não está em densas discussões teóricas, mas em um fazer pedagógico que tem como objetivo desenvolver nos alunos adolescentes ‘o gosto e o amor’ pelos efeitos estilísticos” dessa construção.
O ensaio é inédito no Brasil, e explora diversos aspectos das teorias de Bakhtin, que foi professor de história, sociologia e língua russa.
O texto foi traduzido diretamente do russo, em um trabalho conjunto da brasileira Sheila Grillo, professora na área de Filologia e Língua Portuguesa da USP (Universidade de São Paulo), e da russa Ekaterina Vólkova Américo, doutora em Literatura e Cultura Russa pela USP.
O livro conta ainda com prefácio de Beth Brait. Professora de pós-graduação em Estudos da Linguagem e em Literatura e Crítica Literária na PUC de São Paulo, Brait considera que a obra de Bakhtin preservou sua atualidade.
“É uma concepção geral de linguagem que permite trabalhar tanto com língua quanto com literatura. Quando você lê esse artigo de 1940 você sente que ele está falando do Brasil de hoje, dos problemas da educação que temos”, diz
“O texto de Bakhtin é para um professor que tem que ir para a sala de aula. Do modo como ele mostra, o ensino da gramática não pode estar desligado da questão do uso da língua. E há também a questão da escolha das palavras: se você troca uma palavra por um sinônimo, os efeitos dessas escolhas e dessas construções provocam sentidos completamente diferentes.
Bakhtin dá exemplos literários para mostrar ao aluno que ele também pode se tornar autor, não só de literatura, mas do seu próprio discurso”, completa Brait.
A professora enfatiza a importância do trabalho de tradução para a publicação de “Questões de estilística no ensino da língua”.
“A Sheila, que é a primeira linguista brasileira a fazer traduções diretamente do russo, e a Ekaterina tiveram o cuidado de transpor o texto da Rússia dos anos 1940 para o Brasil atual. Não é uma mera tradução, mas um texto que foi muito pensado”, arremata.

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