Campinarte Notícias e Músicas

Arquivo do blog

ESTE BLOG É INDEPENDENTE - NÃO RECEBE (E NEM QUER) SUBVENÇÃO DE QUALQUER PREFEITURA, GOVERNO DE ESTADO E MUITO MENOS DO GOVERNO FEDERAL - NÃO SOMOS UMA ONG OU FUNDAÇÃO, ASSOCIAÇÃO OU CENTRO CULTURAL E TAMBÉM NÃO SOMOS FINANCIADOS POR NENHUM PARTIDO POLÍTICO OU DENOMINAÇÃO RELIGIOSA - NÃO SOMOS FINANCIADOS PELO TRÁFICO DE DROGAS E/OU MILICIANOS - O OBSERVATÓRIO COMUNITÁRIO É UMA EXTENSÃO DO CAMPINARTE DICAS E FATOS - INFORMAÇÃO E ANÁLISE DAS REALIDADES E ASPIRAÇÕES COMUNITÁRIAS - GRATO PELA ATENÇÃO / HUAYRÃN RIBEIRO

Vídeos

Notícias principais - Google Notícias

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Palmeira dos Índios fará homenagem ao centenário de Tenório Cavalcante

Poucos alagoanos conhecem a história do conterrâneo Natalício Tenório Cavalcanti de Albuquerque. Conhecido como Homem da Capa Preta, o filho de Palmeira dos Índios conquistou o Rio de Janeiro onde despertou amor e ódio. Se estivesse vivo, Tenório Cavalcanti completaria 103 anos no próximo dia 27 de setembro, data dedicada a homenagens a São Cosme e São Damião.
Para comemorar, a Fundação das Culturas de Palmeira dos Índios e Região do Agreste está desenvolvendo o Projeto do centenário de Tenório Cavalcanti. De 07 de maio a 27 de setembro haverá atividades para lembrar a vida e a história do Homem da Capa Preta. As palestras, shows e apresentações acontecem na cidade de Palmeira dos Índios.
Um dos palestrantes é o jornalista Laurentino Veiga, presidente da Associação Alagoana de Imprensa. Laurentino, que falará sobre a vida de Tenório Cavalcanti. Laurentino, que foi convidado por Jorge Vieira, diretor cultural da Fundação, lamenta o fato de poucos alagoanos conhecerem a trajetória de Tenório Cavalcante, que foi vereador por Duque de Caxias e deputado estadual e federal pelo Rio de Janeiro.
“Estou me debruçando em pesquisas e há muita coisa na história de vida de Tenório Cavalcante. Ele, para grande parte da população alagoana é o ilustre desconhecido. Para muitos, ele foi um homem violento, um pistoleiro, mas, eu vejo que ele fez bem a muitas pessoas também”, colocou Laurentino.
A trajetória de Tenório Cavalcante começou quando ele deixou Palmeira, com 20 anos, e foi para o Rio de Janeiro. O alagoano trabalhou como porteiro de boate, lavador de pratos, mas sempre teve o sonho de ser político. Formado em Direito, Tenório Cavalcante se elegeu vereador por Duque de Caxias e, mais tarde, deputado estadual e federal. Em 1964, teve o mandato cassado por Castelo Branco. Bem quisto em Duque de Caxias, Tenório Cavalcante transformou um pântano e construiu cerca de mil casas. Para Laurentino, isso colocou Tenório no rol dos grandes “assistencialistas” brasileiros.
A Lourdinha e a Capa Preta
Segundo Laurentino, a fama de pistoleiro e matador de Tenório Cavalcante teve início quando ele matou o assassino do pai. “Aos 14 anos, um menino ver o pai sendo morto na sua frente não é fácil”, disse. Tenório assassinou, a golpes de enxada, o homem que tirou a vida do seu pai. A famosa capa preta era usada para esconder uma espingarda, batizada de Lourdinha.
“Como se diz na gíria, ele tomou conta do pedaço quando chegou ao Rio de Janeiro. Ele fez a sua própria estrada. Muita gente foi vítima da Lourdinha, mas ele teve o seu lado bom. Lá em Caxias, ele ficava na varanda e as pessoas iam pedir coisas e beijavam a mão dele. Ele foi um benfeitor tirando essa vida de crimes. Ele sempre teve orgulho de dizer que era alagoano e ajudava os conterrâneos que chegavam ao Rio de Janeiro”, colocou Laurentino.
Tenório Cavalcanti fundou o jornal Luta Democrática, na década de 50, e a Rádio Fluminense. Dono de uma imensa habilidade, gostava de proferir frases de efeito, umas das mais famosas é: “Valente não briga com valente, convida-o para ser compadre”. O Homem da Capa Preta, que foi baleado 47 vezes, morreu aos 81 anos, em 1987.

(Por Alagoas em Tempo Real)